Com Alto Número De Ataques CardÃacos No Brasil, Hospitais SUS Buscam Captar Recursos Para Investir Em Equipamentos E Atender Demanda
Doações do IR devido podem ser direcionadas para instituições; Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), precisa de R$ 700 mil para adquirir aparelho de hemodinâmica, beneficiando mais de 1,2 mil idosos
Anualmente, 400 mil pessoas sofrem infarto no Brasil. Os números do Ministério da Saúde são preocupantes, com uma pessoa tendo um ataque cardíaco no país a cada dois minutos e 100 mil delas perdendo a vida por ano.
As doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes nas Américas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas o socorro rápido e o atendimento especializado podem alterar significativamente esses números.
Pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard apontam que até 90% dos pacientes hospitalizados por infarto sobrevivem. Entre os idosos, a situação é mais crítica, e cada minuto importa: quanto mais rápido o atendimento, menores são os danos ao coração.
Para a cardiologista Lídia Zytynski Moura, o alto índice de sobrevida é resultado do avanço do conhecimento, da tecnologia e da ciência. No Hospital Universitário Cajuru, que atende exclusivamente pelo SUS, o esforço das equipes multidisciplinares colabora para que a unidade seja habilitada como centro de referência em alta complexidade cardiovascular.
"Nosso compromisso é com a qualidade, certificação e segurança, sem deixar de lado elementos importantes como a humanização e uma equipe altamente especializada.
Ao proporcionar um atendimento integral aos pacientes, queremos mostrar que é possível fazer a diferença com uma assistência de alta qualidade no SUS", completa Lídia, que também é coordenadora do setor de cardiologia.
Investimento em melhorias
Para aumentar a segurança aos pacientes idosos que precisam de procedimentos minimamente invasivos para diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, neurológicas e vasculares, um projeto do Hospital Universitário Cajuru deve promover a modernização do setor de hemodinâmica.
Com a aquisição de novos equipamentos, a estimativa é que 1,2 mil idosos passem a ser beneficiados a cada ano – mas o volume de atendimentos será ainda maior considerando as demais faixas etárias.
"Ainda precisamos arrecadar R$ 700 mil para que o novo setor de hemodinâmica se torne realidade. Para contribuir, as doações podem ser feitas por meio do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa", informa o coordenador da captação de recursos do Hospital Universitário Cajuru, Marco Sanfelice.
Chamado para ação
Pessoas físicas podem destinar parte do Imposto de Renda (IR) para entidades filantrópicas e descontar do valor que será recolhido à Receita Federal até o dia 31 de maio, ou seja, você não paga nada a mais por isso. Os recursos vindos dessas doações são fundamentais para instituições como o Hospital Universitário Cajuru. É possível contribuir com até 3% no ato da declaração, a única condição é que ela seja feita no modelo completo.
Regulamentadas por legislações federais, estaduais e municipais, as doações de IR têm um potencial de arrecadação de até R$ 12,88 bilhões. No entanto, estima-se que aproximadamente 93% dos 13 milhões de contribuintes elegíveis para declarar o tributo desconhecem o direito de direcionar parte do Imposto de Renda para as instituições.
Os dados são do IR do Bem, um movimento criado para incentivar os contribuintes a apoiarem iniciativas socioculturais. "Além de exercer sua cidadania, a doação é uma forma de decidir onde ficará parte do seu imposto. Direcionando recursos para o Hospital Universitário Cajuru, por exemplo, o contribuinte ajuda a garantir a prestação de serviços excepcionais", reforça Marco Sanfelice.
"A participação ativa da comunidade em hospitais filantrópicos é mais do que uma simples doação, é a prática da cidadania em sua forma mais nobre", afirma o diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru, Juliano Gasparetto. Essa visão está alinhada ao papel desempenhado pelos agentes transformadores, comprometidos com o bem-estar coletivo.
"Todos nós podemos ser catalisadores de mudança ao contribuir com doações que representam muito mais que valores monetários, mas também uma expressão autêntica de solidariedade e responsabilidade social. Agora é o momento de unirmos esforços para fortalecer o sistema de saúde como um todo", incentiva o diretor-geral.
Rádio Eldorado FM
Diagnóstico De Dengue E Imunização Exigem Cautelas Na Doação De Sangue
Pessoas que tiveram dengue ou que tomaram a vacina contra a doença devem aguardar prazos específicos para poder doar sangue. As orientações sobre triagem de candidatos voltadas a serviços de hemoterapia constam em nota técnica publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde.
Em nota, a Anvisa informou que evidências científicas demonstram que há risco de transmissão da dengue por transfusão sanguínea. Quando uma pessoa recebe sangue contaminado com o vírus, há uma probabilidade de 38% de que ela seja infectada e desenvolva a doença após a transfusão.
A agência destaca que, por esse motivo e “por precaução”, pessoas que tiveram dengue ou tomaram a vacina recentemente não podem doar sangue por um período determinado de tempo, conforme os seguintes critérios:
- pessoas que tiveram dengue comum devem aguardar 30 dias após a recuperação completa;
- pessoas que tiveram dengue grave devem aguardar 180 dias após a recuperação completa;
- pessoas que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias deverão aguardar 30 dias após o último contato sexual;
- pessoas que tomaram a vacina contra a dengue devem aguardar 30 dias após a vacinação.
Pós-doação
A Anvisa pede ainda que os serviços de hemoterapia orientem os doadores caso confirmem diagnóstico por dengue logo após a doação de sangue. “O doador deve informar ao serviço caso tenha resultado confirmado de dengue ou apresente sintomas como febre ou diarréia até 14 dias após a doação”.
“A informação é necessária para que os serviços possam resgatar eventuais hemocomponentes em estoque e/ou acompanhar os pacientes, receptores do material’, explicou a agência.
Imunoglobulinas x vacinas
A nota destaca ainda que, conforme instruções dos fabricantes das vacinas contra dengue disponíveis no Brasil, pacientes que estão recebendo tratamento com imunoglobulinas ou hemocomponentes contendo imunoglobulinas, como sangue ou plasma, devem esperar pelo menos 6 semanas e, preferencialmente, 3 meses após o término do tratamento para tomar a vacina.
“O objetivo dessa recomendação é não comprometer a eficácia das vacinas nesses pacientes. A Anvisa incentiva a doação de sangue e recomenda que todos os brasileiros visitem os serviços de hemoterapia, conhecidos como bancos de sangue, para verificar se estão aptos a doar sangue com segurança. Dessa forma, podem ajudar a salvar vidas e praticar uma boa ação.”
Agência Nacional
Chapadão Do Sul Registra Primeira Morte Pelo Covid-19 Em 2024
A Secretaria Municipal de Saúde de Chapadão do Sul divulgou nesta terça-feira (05) o Boletim Semanal de COVID-19, e nele trouxe a triste noticia da primeira morte causada por complicações da Covid-19 em 2024.
O primeiro óbito de 2024 é de uma idosa de 61 anos, ocorrido no dia 29 de fevereiro e confirmado no dia 04 de março, pelo Lacen exame de RT PCR.
Com este novo óbito Chapadão do Sul totalizou 83 mortes causadas por complicações do vírus da Covid-19, desde o inicio da pandemia.
Somente em 2024, Chapadão do Sul tem 281 casos confirmados da doença, desses 244 já estão curados, 37 pacientes encontram-se em tratamento.
Um paciente aguarda resultado de RT-PCR do Lacen/MS – Laboratório Central Mato Grosso do Sul, estando internado no HMCHS e 527 casos foram descartados.
Neste ano de 2024 foram registrado até este momento, 06 internações por COVID-19 no Hospital Municipal de Chapadão do Sul.
O Correio News
Adoçante Ou Mel: Qual É A Melhor Opção Para Evitar Diabetes?
Dr. Fabiano de Abreu Agrela, neurocientista e especialista em genômica, do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH), explica que a escolha entre adoçante e mel para evitar diabetes deve levar em consideração diversos fatores, como histórico de saúde, estilo de vida e preferências pessoais.
Do ponto de vista neurocientífico, o consumo de açúcar ativa áreas cerebrais relacionadas ao prazer, liberando dopamina. Essa resposta pode levar ao consumo excessivo de doces e aumentar o risco de diabetes.
Adoçantes artificiais, apesar de não ativarem o sistema de recompensa da mesma forma que o açúcar, podem dessensibilizar as papilas gustativas, levando ao aumento da ingestão de doces para compensar a diminuição da percepção do sabor.
O mel, por outro lado, é um adoçante natural composto principalmente de frutose e glicose. Seu consumo causa um aumento na glicemia, porém, em menor grau do que o açúcar tradicional.
Estudos genômicos identificaram variantes genéticas que podem influenciar a suscetibilidade individual à diabetes tipo 2. Indivíduos com essas variantes podem ter uma resposta glicêmica mais acentuada ao consumo de açúcares.
Para indivíduos com alto risco de diabetes, o ideal é reduzir o consumo de qualquer tipo de adoçante, incluindo mel, e optar por alternativas naturais como frutas frescas e especiarias.
A adoção de uma dieta saudável e a prática regular de atividade física são medidas essenciais para prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo 2, independentemente da escolha do adoçante.
Dr. Fabiano de Abreu Agrela também destaca os riscos e benefícios do mel e adoçantes em relação ao câncer.
O mel, em consumo frequente, pode estar associado a um risco aumentado de câncer de estômago, especialmente em indivíduos com predisposição genética. No entanto, é rico em antioxidantes e possui propriedades anti-inflamatórias que podem reduzir o risco de alguns tipos de câncer.
Adoçantes artificiais foram associados ao câncer de bexiga e podem alterar a microbiota intestinal, o que aumenta o risco de doenças como diabetes e obesidade, que por sua vez aumentam o risco de alguns tipos de câncer. No entanto, não contêm calorias e não causam cáries.
A escolha entre mel e adoçantes deve ser individualizada e levar em consideração diversos fatores, como histórico de saúde, estilo de vida e preferências pessoais. É importante ressaltar que o consumo moderado de qualquer tipo de adoçante é essencial para evitar os riscos potenciais à saúde.
Rádio Eldorado FM
Estudo Revela Alterações Na Imunidade Do Sangue Em Pacientes Com Alzheimer, Diz Especialista
Um novo estudo publicado na revista "Nature Aging" revela alterações epigenéticas nas células do sistema imunológico do sangue de pacientes com Alzheimer.
A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, sugere que fatores ambientais ou comportamentais podem influenciar o risco de desenvolver a doença.
O Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience e indicado para membro da Sigma Xi, sociedade que conta com mais de 200 prêmios Nobel, comenta sobre as implicações do estudo:
"Este estudo é importante porque nos ajuda a entender melhor a relação entre o sistema imunológico e o Alzheimer", afirma o Dr. Agrela. "As alterações epigenéticas identificadas nos glóbulos brancos dos pacientes com Alzheimer podem ser um marcador da doença ou até mesmo um fator causal."
O que são alterações epigenéticas?
As alterações epigenéticas são modificações no DNA que não alteram a sequência de bases nitrogenadas. Elas podem influenciar a expressão de genes, ou seja, se um gene é ativado ou desativado.
Como as alterações epigenéticas podem estar relacionadas ao Alzheimer?
As alterações epigenéticas podem ser causadas por fatores ambientais, como a exposição a toxinas, estresse ou dieta. Estudos anteriores já haviam mostrado que esses fatores podem aumentar o risco de Alzheimer.
O que o estudo significa para o futuro da pesquisa do Alzheimer?
O estudo abre caminho para novas pesquisas sobre o papel do sistema imunológico no Alzheimer. Os cientistas agora podem investigar como as alterações epigenéticas afetam a função das células imunológicas e como elas contribuem para o desenvolvimento da doença.
Rádio Eldorado FM
Os Cuidados Para Evitar A Contaminação Por Leptospirose
Com o retorno das pancadas de chuvas os riscos de contaminação por leptospirose aumentam. A doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira é perigosa e pode chegar a 40% de letalidade nos casos graves. A preocupação aumenta neste período por causa do contato direto ou indireto com água contaminada em situações de alagamentos, enxurradas e inundações.
Pensando nisso, o setor de Infectologia do Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), unidade do governo de Goiás, reforça os cuidados para evitar a contaminação.
“A Leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria Leptospira”, esclarece Pamella Wander, infectologista da unidade. No Brasil os ratos urbanos são os principais transmissores da doença para os seres humanos.
Alguns cuidados simples podem ajudar na prevenção da doença, como manter em casa as áreas externas limpas e livres de lixo, ajudando a reduzir a população de ratos durante a temporada de chuvas.
Os cuidados também se estendem aos animais domésticos, como cães e gatos, pois eles também podem contrair a doença, por isso a necessidade de vaciná-los contra a leptospirose para protegê-los.
Evitar caminhar em enxurradas, água parada na rua ou enlameadas após as chuvas é uma das formas de prevenir a doença, e a atenção com crianças deve ser redobrada.
“Há um aumento nesse período devido ao maior contato com água contaminada decorrente das enchentes, poças e esgoto”, explica a infectologista do Hetrin, unidade administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED).
Casos de Leptospirose
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2023 no Brasil, foram registrados mais de 2.700 casos e 236 óbitos pela doença. Em Goiás, os números de casos estão controlados, mas os cuidados são sempre necessários.
A Secretaria Estadual de Saúde aponta que em 2023 houve o registro de uma morte por leptospirose no estado, assim como em 2021. Não houve óbitos pela doença em 2022. Em relação ao número de casos, foram 25 em 2023, 18 em 2022 e 21 em 2021.
Pamella destaca a importância de estar atento aos sintomas, principalmente caso tenha contato com água de chuva. “Atenção aos quadros de febre alta, dores de cabeça, náuseas ou vômitos, dores no corpo, dores em região de panturrilha, manchas pelo corpo e coloração amarelada da pele”, alerta ela, orientando a procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima em caso de um ou mais desses sintomas.
Rádio Eldorado FM
Fevereiro Laranja: Exames Genéticos Podem Auxiliar Na Definição Diagnóstica E Orientação Para Tratamento De Leucemias
Análises genéticas podem ajudar a identificar com exatidão o tipo da doença e a definir terapias mais eficazes
A cada ano, 400 mil crianças e jovens de até 19 anos são diagnosticados com câncer em todo o mundo, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021.
Em razão da campanha Fevereiro Laranja, mês dedicado à conscientização sobre a leucemia, o Sabin Diagnóstico e Saúde destaca o papel da genômica para direcionar tratamentos mais eficazes – reduzindo os danos às células saudáveis – e para monitorar a resposta às terapias aplicadas.
De acordo com a OMS, as leucemias e linfomas estão entre as formas mais frequentes do câncer pediátrico. “Independentemente da idade, o diagnóstico precoce geralmente está associado a uma maior perspectiva de cura”, explica a médica geneticista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Rosenelle Araújo.
Diferentemente da doença em adultos, a maioria dos tipos de câncer pediátrico não possui causa ambiental conhecida. Pesquisa citada pela OMS estima que 10% dos casos da doença em crianças e adolescentes são associados à predisposição genética.
“O setor de Genômica oferece exames para investigações adicionais após o diagnóstico de câncer, conforme a indicação médica, tanto para investigação de predisposição hereditária ao câncer, quanto análises somáticas a partir de amostras tumorais para pesquisar variantes responsáveis por neoplasias hematológicas”, resume Rosenelle.
PARA SABER MAIS - Genômica no Câncer Pediátrico 
• O médico pode indicar a análise genética para avaliar a possibilidade de prescrição de terapias direcionadas, visando identificar mutações específicas presentes na neoplasia. Com isso, é possível realizar tratamentos mais precisos e eficazes, inclusive, reduzindo os danos às células saudáveis;
• Além disso, em casos em que exista suspeita de uma síndrome de predisposição hereditária ao câncer, testes genéticos germinativos (que buscam alterações constitucionais) podem ajudar a definir o diagnóstico, com implicações para o acompanhamento do paciente e da sua família.
Rádio Eldorado FM
Morte Súbita Em Atletas, Causa Subjacente É Uma Condição CardÃaca Não Diagnosticada Ou Subestimada
Estudos revelam que em 90% dos casos de morte súbita em atletas, a causa subjacente é uma condição cardíaca não diagnosticada ou subestimada, como a Miocardiopatia Hipertrófica, anomalias coronarianas ou miocardite, entre outras.
Além disso, fatores como idade, condições climáticas extremas durante a prática esportiva e o uso de substâncias ilícitas ou lícitas, como anabolizantes e energéticos, podem contribuir.
Dois elementos estão interligados nesses eventos: o tipo de esporte praticado e a predisposição individual do atleta. Ou seja, esportes de alta intensidade física aumentam o risco de eventos cardíacos, e as condições de saúde do atleta podem influenciar o surgimento de problemas cardíacos.
Sintomas como tonturas, leves dores no peito durante o treino, palpitações e falta de ar devem ser observados atentamente. Embora a ocorrência de morte súbita durante a prática esportiva seja rara, é fundamental estar atento aos sinais e buscar supervisão profissional.
Rádio Eldorado FM
A Pedido Do Idec, Justiça Derruba Decisão Da Anvisa E Indústria É Obrigada A Se Adequar Ao Selo Da Lupa
A Justiça Federal de São Paulo concedeu medida liminar na ação civil pública (ACP) apresentada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação à prorrogação de prazos da rotulagem de alimentos e bebidas com o selo da lupa indicando altas quantidades de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada.
Uma decisão provisória do juiz Marcelo Guerra Martins, da 13ª Vara Cível Federal de São Paulo, suspende imediatamente os efeitos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 819/2023 e determina que a Anvisa se abstenha de adotar novas medidas que, direta ou indiretamente, autorizem o descumprimento de prazos de implementação da RDC nº 429/2020 e Instrução Normativa (IN) nº 75/2020 (leia mais abaixo).
Além disso, a decisão determina que as empresas fabricantes de alimentos processados e produtos ultraprocessados que se valiam da autorização de esgotamento de embalagens e rótulos antigos pela RDC nº 819/2023, passem a utilizar adesivos para adequar as embalagens com o selo da lupa e a tabela nutricional, em um prazo máximo de 60 dias.
A decisão do magistrado Marcelo Guerra Martins considera que "é preciso resistir ao lobby de agentes econômicos que tentam compensar a própria incapacidade por meio de um protecionismo estatal que prejudica a coletividade, seja em relação aos consumidores, seja em termos de retardar a prevalência, na economia, das empresas dotadas de maior agilidade, eficiência, produtividade e capacidade de adaptação."
Em outro trecho, ao analisar o processo de tomada de decisão da prorrogação dos prazos no último dia para adequação dos rótulos, a liminar expõe que a "guinada perpetrada pela Anvisa em relação ao novo marco regulatório para as embalagens dos alimentos processados e ultraprocessados causa, no mínimo, estranheza.
Como explicar que a partir de 57 (cinquenta e sete) solicitações isoladas se altere, em poucos dias, uma política pública destinada a abarcar milhares, quiçá milhões, de empresas produtoras dos alimentos enquadrados na RDC nº 429/2020?".
Para o advogado Leonardo Pillon, do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, a decisão liminar é uma resposta muito positiva a fim de neutralizar as estratégias de influência política para o controle das decisões regulatórias pelos próprios agentes econômicos regulados.
Ao mesmo tempo, ela ressalta a nocividade à saúde do consumo de ultraprocessados com lupas frontais, o que convenceu o magistrado a acolher os argumentos sólidos do Idec.
"A imoralidade administrativa da Anvisa ao ter submetido sua função regulatória aos interesses da indústria, como já havíamos alertado em outubro passado, é extremamente danosa à reputação de uma agência conhecida por ser técnica e independente.
Há uma dupla perda de credibilidade da agência: interna, ao ter desconsiderado as posições da sua própria área técnica, e externa por ter suprimido a participação social.
De qualquer modo, essa decisão demonstra que o lobby de corporações reguladas e suas coalizões, grupos de fachada, entre outros, precisa ser devidamente depurado pelo sistema jurídico-institucional ante o déficit democrático fruto dessas atividades", afirma Pillon.
Para o advogado do Idec, a decisão liminar consolida o direito das pessoas consumidoras de realizarem escolhas mais bem informadas sobre os potenciais efeitos nocivos à saúde decorrentes do consumo de produtos ultraprocessados e processados com o aviso da lupa frontal.
Entenda as regras da rotulagem nutricional de alimentos
Com a aprovação da RDC nº 429 e da IN nº 75 da Anvisa, em 2020, a indústria alimentícia teve três anos para se adequar às novas regras de rotulagem, com a inclusão do selo da lupa e da nova tabela de informação nutricional.
A maioria dos alimentos e bebidas processados e ultraprocessados devem apresentar o selo da lupa na parte da frente, com o aviso "alto em" açúcar adicionado, gordura saturada e/ou sódio.
Os produtos devem apresentar também a nova tabela nutricional, incluindo a informação de nutrientes por 100 ml ou 100 gr, para que a comparação entre produtos seja mais fácil para o consumidor.
A regra já estaria valendo para a maioria dos produtos alimentícios; apenas pequenos produtores e bebidas não alcoólicas em embalagens retornáveis teriam mais tempo.
Porém, no fim do prazo de adequação, em outubro do ano passado, a Anvisa emitiu a RDC nº 819/2023, permitindo que as indústrias esgotassem o estoque de rótulos e embalagens ainda não atualizadas às novas regras, até outubro deste ano.
Ao mesmo tempo, as próprias regras da Anvisa já permitiam a adequação de rótulos e embalagens existentes com adesivos, para evitar o descarte e o desperdício de materiais.
Com a decisão liminar a pedido do Idec, a parcela da indústria que vinha se aproveitando da RDC nº 819/2023 terá de se adequar às regras de 2020, como já fizeram muitas empresas do setor alimentício nos últimos três anos. O novo prazo é de 60 dias para a adequação ou atualização dos rótulos e embalagens.
Desde 2014, o Idec participa dos debates para garantir o direito das pessoas serem corretamente informadas sobre os ingredientes presentes nos alimentos e bebidas, com a definição de normas mais rígidas para a rotulagem. E isso inclui a luta pela criação do selo da lupa.
Imprensa Idec
Lobos De Chernobyl Desenvolvem Resistência Ao Câncer: Implicações Para A Medicina Humana
A descoberta de mutações genéticas nos lobos de Chernobyl, que parecem conferir resistência ao câncer, marca um avanço significativo no estudo da biologia da radiação. O Dr. Fabiano de Abreu Agrela, especialista em neurociências e biologia, destaca a importância deste estudo conduzido pela Universidade de Princeton.
"Esta pesquisa é um exemplo fascinante de como os desastres ambientais podem, paradoxalmente, conduzir a avanços científicos significativos," afirma Dr. Abreu. A exposição contínua à radiação na Zona de Exclusão de Chernobyl ofereceu aos cientistas um ambiente natural único para estudar as adaptações genéticas.
Os lobos, submetidos a níveis de radiação muito acima dos seguros para humanos, desenvolveram mecanismos de defesa contra o câncer, uma descoberta que pode ter implicações profundas para a medicina humana. "Ao estudar essas mutações, podemos começar a entender melhor os mecanismos de resistência ao câncer, o que pode levar a tratamentos mais eficazes para a doença," explica o Dr. Abreu.
Entretanto, desafios recentes, incluindo a pandemia de COVID-19 e conflitos políticos, têm impedido o progresso da pesquisa. Apesar disso, os resultados preliminares apresentados em Seattle lançam uma luz de esperança.
"Estamos apenas começando a arranhar a superfície do que é possível aprender com estes animais," conclui Dr. Abreu, refletindo sobre o potencial de tais estudos para revolucionar nossa compreensão do câncer e de seu tratamento.
Rádio Eldorado FM
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