Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam que o País registre mais de 70 mil casos de câncer de próstata em 2024. No Estado de Goiás, o número deve ser superior a 2,5 mil.
É preciso dizer, a doença, quando detectada em estágio inicial, tem uma taxa de cura que pode chegar a 90%. A informação é do médico Adriano Peclat, urologista da Oncoclínicas Goiás.
Ele reforça, inclusive, que, diante desse cenário, a campanha do Novembro Azul busca desmistificar preconceitos e incentivar a prevenção para reduzir os casos no País.
Adriano lamenta que os exames de prevenção e diagnóstico da doença, no entanto, são cercados por tabus que dificultam o combate à neoplasia, que é uma das causas mais incidentes de óbito entre os homens no Brasil e o segundo tipo de tumor mais frequente na população masculina.
O toque retal é o principal motivo de resistência do público masculino quanto à prevenção da doença. Muitos homens julgam o procedimento vergonhoso e uma ameaça à virilidade.
Há, ainda, a ideia de que a abordagem é dolorosa. Apesar desses estigmas, Adriano Peclat explica que o exame é simples, indolor e eficaz para diagnosticar precocemente a doença.
O médico ressalta, ainda, que o teste de antígeno prostático específico (PSA) – método que mede a quantidade de PSA, proteína produzida pelas células da próstata, no sangue —, é igualmente eficiente no diagnóstico do tumor.
“A coleta do exame de PSA gera apenas um pequeno desconforto devido à punção para coleta de sangue”, afirma o especialista ao citar que o problema afeta homens de diversas faixas de idades.
“O tumor de próstata não dá sintomas iniciais, sendo necessário que os homens façam exames de rotina. A partir do momento que começam a apresentar sangramento e dor para urinar, afilamento de jato urinário, já pode ser um caso mais avançado”, recomenda exames regulares.
Nesse sentido, a orientação do especialista é a realização dos exames de PSA e de toque retal a partir dos 50 anos ou 45 para quem tem histórico familiar de câncer de próstata ou homens negros. Os intervalos serão estipulados pelo médico.
Mudanças hormonais
De acordo com Peclat, o aumento dos níveis de estrogênio, por exemplo, também pode contribuir para a incidência do tumor. “As alterações biológicas que ocorrem durante o envelhecimento aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de próstata.
Em particular, as mudanças nos níveis hormonais, especialmente da testosterona, estão associadas a uma manifestação potencialmente mais agressiva da doença.”
Ainda segundo o especialista, é importante tomar cuidado com tratamentos de reposição de hormônios que o organismo deixou de produzir naturalmente.
A má administração ou uso indevido de testosterona, sem comprovação de deficiência da substância, pode elevar as chances de desenvolver câncer de próstata.
Peclat também enfatiza a necessidade de seguir orientação médica especializada antes de iniciar qualquer tratamento hormonal.
“Muitas vezes, o paciente faz reposição hormonal sem existir comprovação de queda nos níveis de testosterona. Isso representa, particularmente, um risco maior para câncer de próstata.
É importante não fazer esses tratamentos sem ter a devida orientação médica”, frisa o urologista
Estilo de vida
Dieta balanceada e estilo de vida ativo também são fundamentais na prevenção do câncer de próstata, além dos exames regulares. Peclat destaca que uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras, está associada a um menor risco de desenvolver a doença em formas mais agressivas.
O médico reforça que exercícios físicos regulares também reduzem fatores incidentes da doença, como excesso de gordura corporal.
“A prática de atividades físicas ajuda muito no controle de peso, evita obesidade, o desenvolvimento de hipertensão e diabetes.
Uma dieta balanceada, com pouco consumo de carboidrato e muita fibra alimentar, já ajuda a manter a saúde e corrigir erros genéticos que eventualmente podem contribuir para o aparecimento de câncer”, finaliza o urologista da Oncoclínicas Goiás.
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