Ao contrário de outros animais, os humanos nascem indefesos e sem habilidades, permanecendo assim por muitos anos. Desde o início, nossa sobrevivência depende das relações que conseguimos estabelecer com os outros. As redes sociais são projetadas para explorar nossa necessidade de reconhecimento, oferecendo pequenas doses de dopamina toda vez que alguém curte, comenta uma foto ou post. Plataformas como WhatsApp, Facebook, Instagram e TikTok não foram criadas para nos confrontar, mas para nos manter em um estado constante de incerteza e carência. Isso nos torna clientes ideais, visitando essas plataformas várias vezes ao dia, viciados nessas pequenas doses de dopamina.
Um estudo americano, mencionado no livro Engenheiros do Caos, mostrou que, em média, tocamos a tela do smartphone 2.617 vezes por dia, um comportamento preocupante do ponto de vista da saúde mental. A necessidade diária de visualizações nos aproxima do comportamento de alguém com dependência química. Assim, buscamos incessantemente likes, compartilhamentos e seguidores, que no marketing digital são chamadas de "métricas de vaidade". Embora esses números empoderem pessoas e empresas e fiquem bonitos em relatórios, no fim das contas, não significam muito para nós.
Nas campanhas municipais de 2024, esse cenário é especialmente relevante. Os candidatos utilizam as redes sociais para se promoverem, impulsionados pelas mesmas métricas de vaidade que afetam a todos. Eles buscam engajamento e visibilidade, criando uma imagem cuidadosamente elaborada para atrair eleitores. Mas o que isso realmente significa para a população? Curtir uma postagem de um candidato mostrando suas conquistas não necessariamente traduz suas ações políticas ou capacidade de liderança.
Da mesma forma, um político anunciando uma grande obra ou investimento milionário pode parecer impressionante nas redes sociais, mas o impacto real dessas ações na vida cotidiana dos cidadãos é o que realmente importa.
A informação e a educação têm um papel fundamental nesses tempos desafiadores e de Fake News, estimular o pensamento crítico, é crucial para os eleitores sobre a verdadeira importância de seus votos e o impacto das decisões políticas, além de serem capazes de discernir a realidade por trás das campanhas cuidadosamente editadas nas redes sociais.
Eco. Nilvan Domingos Barbosa
Consultor Empresarial/Educacional
