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Jovens representam 4 em cada 10 infecções por HIV

Por Lucas Silva 11 Setembro 2023 Publicado em Estado
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Quatro a cada dez pessoas que descobriram viver com HIV em Goiás, em 2023, têm idade entre 15 e 29 anos. De acordo com dados do painel de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), elas representam 344 (41%) pessoas de 839 que receberam o diagnóstico neste ano. Especialista acredita que comportamentos de risco, carência de educação em saúde e o fato da geração não ter acompanhado os primeiros casos da doença explicam a predominância.

 

O número segue a tendência do acumulado histórico. Quando considerados os 16,1 mil casos registrados entre 2010 e 2023, 8,2 mil (51,2%) são pessoas com idade de 15 a 29 anos. A infectologista do Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), Pamella Wander, explica que é preciso destacar que existe um vazio de notificações nos últimos anos causado pela pandemia da Covid-19. “Interferiu na procura por testes e, consequentemente, nos diagnósticos.”

 

A infectologista esclarece que um dos motivos para a população jovem ser a mais acometida pela doença é o fato de possuir mais comportamentos de risco. “A adesão ao uso do preservativo é menor, por isso ficam mais expostos ao vírus em relações desprotegidas. O uso de drogas também é mais comum, o que pode gerar compartilhamento de seringas”, diz.

 

Além disso, ela aponta que essa geração não acompanhou os primeiros casos de HIV, em meados da década de 80, onde os tratamentos não eram eficazes e várias pessoas eram vitimadas pela doença. “Esse público não está sensibilizado com os casos em que o tratamento foi difícil. Por isso, subestimam o risco da doença. Assim, demoram mais a procurar atendimento, por exemplo”, afirma a infectologista.

 

Somado a esses dois fatores, ela pontua a educação em saúde sexual deficiente. “É preciso levar essa discussão para dentro das escolas e universidades. Além disso, é necessário estimular a testagem periódica de toda a população. O diagnóstico precoce é imprescindível para diminuir os impactos no organismo”, relata Wander.

 

O jovem Regino Luiz de Sousa, de 23 anos, descobriu que convivia com o vírus em outubro de 2022, depois de ser hospitalizado por estar com a saúde fragilizada. “Fiquei assustado. Mas fui diretamente para o Hospital das Doenças Tropicais (HDT) me tratar”, conta. Por conta de infecções oportunistas, atualmente ele trata um quadro de Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids) no Ceap-Sol, onde está internado há três meses.

 

Regino destaca a importância das pessoas se cuidarem para não contraírem o vírus. “É sobre usar camisinha, se prevenir”, enfatiza. Ele destaca que é importante desmistificar preconceitos relacionados ao HIV, principalmente em relação ao contágio. “Se a pessoa tomar os remédios certinhos, consegue ter uma vida normal, igual a qualquer outra. Muita gente ainda não tem noção disso”, aponta.

 

Tratamento

 

A infectologista pontua que quando o tratamento do HIV é feito corretamente, o vírus se torna indetectável no organismo. “Isso significa que essa pessoa não transmite mais a doença. Atualmente, o HIV tem tratamento. A pessoa que vive com HIV não é condenada. As medicações também estão avançando cada vez mais. Atualmente se faz o uso de retrovirais, mas já estão caminhando para o comprimido único, por exemplo”, diz.

 

No caso de gestantes, Wander explica que quanto mais precoce ocorrer o diagnóstico, mais fácil fica evitar que o bebê se infecte com a doença. Em Goiás foram notificados 1,7 mil casos de HIV em gestantes no período de 2007 a 2020, por exemplo.

 

“O ideal é que ela (gestante) faça o tratamento para que consiga alcançar uma contagem viral indetectável antes do parto, pois o momento mais sensível para a transmissão da mãe para o bebê é justamente o parto. Além disso, esse bebê precisa ser acompanhado após o nascimento, pois mesmo com uma mãe indetectável ele precisa tomar uma medicação específica”, aponta Wander.

 

Cuidados

 

Para evitar a infecção pelo vírus, além de atos simples como evitar o compartilhamento de seringas e fazer o uso da camisinha, a infectologista diz que é importante que a população que possui comportamento de risco se proteja. A maioria das pessoas que vivem com HIV são homens. Em Goiás, dos 16,1 mil casos registrados desde 2010, 12,5 mil (77,8%) são do sexo masculino.

 

“Quem tem, por exemplo, múltiplos parceiros sexuais pode fazer a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). As chances de se infectar são diminuídas. Os medicamentos são fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também podem ser comprados”, conta Wander. Após uma exposição, como uma relação sexual desprotegida, também é possível fazer a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). “Pode ser feita até 72 horas após a exposição”, relata a infectologista. Em Goiânia, a unidade de referência para a dispensação do medicamento é o HDT, no Jardim Bela Vista.

 

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