O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (21/12) que se "não tiver a cabeça no lugar" ele "alopra", ao se referir à exposição de sua família provocada pela divulgação de informações sobre a investigação do Ministério Público do Rio envolvendo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro.
Ele deu a declaração a jornalistas durante uma conversa de mais de duas horas no Palácio da Alvorada, em Brasília.
"O processo está em segredo de Justiça? Te respondo: está, né? Quem é que julga: é o MP ou o juiz? Os caras vazam e julgam? Paciência, pô. Qual é a intenção? Estardalhaço enorme. Será porque falta materialidade para ele e equivale ao desgaste agora? Quem está feliz por essa exposição absurda na mídia? Alguém está feliz. Agora, se eu não tiver a cabeça no lugar, eu alopro. ", disse Bolsonaro.
Flávio é alvo de uma investigação no Ministério Público do Rio sobre um suposto esquema – a chamada "rachadinha" – no qual ele teria se apropriado de parte do salário de servidores do gabinete quando era deputado estadual no Rio.
Os promotores afirmam que Flávio Bolsonaro é o chefe de uma organização criminosa e identificaram pelo menos 13 assessores que teriam repassado parte de seus salários ao ex-assessor dele, Fabrício Queiroz.
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O Ministério Público diz que "as provas permitem vislumbrar que existiu uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro".
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O presidente disse que há "abuso" do Ministério Público no caso envolvendo o filho e defendeu controle do MP.
"A questão do MP está sendo um abuso. Qualquer um nota. Qual a interferência minha? Zero" , afirmou o presidente.
"Todo poder tem que ter uma forma de sofrer um controle. Não é do Executivo, é um controle. Quando começa a perder o controle, busca pelo em ovo. Eu sou réu no Supremo, sofri muito processo, os mais variados possíveis", completou ele.
Fonte: G1 Brasília (com adaptações)