O ex-ministro Antonio Palocci fez novas acusações e relatou, em delação premiada, a entrega de dinheiro em espécie ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, Palocci teria repassado remessas de “30, 40, 50 e 80 mil reais” a Lula.
O montante seria uma forma de propina paga ao petista por conta da obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
O acordo de delação foi fechado em agosto do ano passado com a Polícia Federal (PF) de Curitiba, mas só se tornou público nesta sexta-feira (18/01).
De acordo com informações do jornal, Palocci passou às mãos de Lula, em 2010, 50 mil reais em uma caixa de celular na Base da Aeronáutica, em Brasília, ainda durante a campanha eleitoral.
Em outro trecho da delação, segundo o Estadão, o ex-ministro cita até o uso de uma caixa de whisky para esconder o dinheiro, em uma entrega que teria sido feita no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Nas duas ocasiões, Palocci afirma que os motoristas que o acompanharam foram testemunhas do encontro com o então presidente da República.
No depoimento prestado no ano passado, Antonio Palocci também ressalta que a ex-presidente Dilma Rousseff "deu corda" para que as investigações da Operação Lava Jato envolvessem o ex-presidente Lula.
Isso porque, segundo informações do portal G1, ao permitir o avanço da Lava Jato, Dilma tentava "sufocar" Lula para que ele desistisse de concorrer à presidência em 2014.
Em nota publicada em seu site, Dilma classifica as declarações de Palocci como “fantasiosas” e que seriam uma forma de criar uma “cortina de fumaça” por não haver provas contra ela.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula negou as acusações feitas por Palocci e acusa o ex-ministro de falar “mentiras sem provas” em troca de benefícios pessoais na delação.
Palocci, que ocupou as pastas da Fazenda, no governo de Lula, e da Casa Civil, na gestão de Dilma Rousseff, está preso desde 2016.
Em novembro do ano passado, o ex-ministro passou a cumprir em casa sua pena de 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão.
Na mesma decisão, os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de Porto alegre, reduziram sua pena para nove anos e 10 meses de prisão, após Palocci assinar um acordo de colaboração premiada.
A delação foi divulgada em outubro, durante as eleições presidenciais, com autorização do então juiz Sérgio Moro.
O ex-ministro foi condenado em junho de 2017 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ouça áudio abaixo.
Rádio Eldorado, com informações da Agência do Rádio