A primeira reunião para negociação entre professores em greve e governo estadual para iniciar um diálogo sobre o movimento só foi realizada depois de 29 dias de paralisação. A greve, que hoje completa um mês, será avaliada em assembleia marcada para a quinta-feira, depois de pelo menos três reuniões seguidas entre as partes envolvidas.
Na manhã de ontem, o governador Marconi Perillo recebeu representantes dos professores no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, primeiro movimento do governo na direção de um diálogo, o que foi visto, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) como um avanço.
Antes da reunião, Marconi Perillo havia sido interrompido e criticado durante discurso no Ministério Público, em solenidade de assinatura de Termo de Cooperação Técnica para desenvolvimento de ações de enfrentamento às drogas.
Ao afirmar ter sido ele quem implantou o Plano de Carreira dos Professores, em 2001, ouviu dos grevistas que “depois tirou”. Sobre manter os salários em dia, ouviu que era “obrigação”.
À tarde, uma nova reunião foi realizada, na Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), com a comissão instituida pela manhã para definir uma proposta, em até 40 dias, a ser apresentada para a categoria, que conta com representantes do Ministério Público, Sintego, o secretário Giuseppe Vecci e o secretário de Educação, Thiago Peixoto.
Hoje, às 8h30, uma nova reunião será realizada, desta vez na Secretaria de Estado da Educação (Seduc), para dar continuidade às negociações.
A presidente do Sintego, Ieda Leal, espera uma proposta mais concreta do governo para levar para apreciação dos professores, na assembleia de quinta-feira de manhã, no Jóquei Clube de Goiânia. “Temos a tarefa de fazer com que as coisas avancem. Hoje o governo sinalizou com o diálogo. Começamos a discutir a pauta de reivindicações. A greve só vai terminar com decisão em assembleia”, assinala.
Pauta
O retorno da titularidade, o respeito ao Plano de Carreira dos funcionários administrativos e a correção de seus salários, alguns, afirma Iêda, recebem menos do que salário mínimo e necessitam de complementação, são os principais pontos defendidos pelos professores.
Na reunião da tarde, o corte de ponto dos grevistas, efetivado no salário de fevereiro, foi um dos pontos discutidos. Os professores querem o pagamento dos dias cortados.
Adesão
Enquanto o diálogo não avança para uma proposta concreta, passível de avaliação em assembleia, alunos continuam sem aulas. E a divergência de números, no que diz respeito à adesão ao movimento grevista, informados pela Seduc e Sintego permanece.
Enquanto o Sintego garante uma adesão de 70% das escolas estaduais, com fortalecimento da greve no interior, a Seduc informa que apenas 97 escolas, de um total de 1.095 espalhadas pelo Estado, estão paralisadas.
Fonte: O Popular