A procuradora-geral da República, Raquel Dodge pediu nesta segunda-feira (26/02) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma “ordem judicial” para que o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, se abstenha de dar declarações a respeito de inquéritos em curso, sob pena de afastamento do cargo.
O requerimento da PGR foi feito no âmbito do inquérito que investiga o suposto pagamento de propina na edição, por Michel Temer, do decreto dos Portos.
No início deste mês, em entrevista à agência Reuters, Segovia sugeriu que o inquérito que investiga o presidente Temer tinha “indícios frágeis” e que a tendência era pelo arquivamento do processo.
Após a declaração, o diretor-geral da PF teve de se explicar ao ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso.
Segovia disse que não teve a intenção de “interferir, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento” do inquérito.
O diretor da PF alegou ainda que suas declarações foram "distorcidas e mal interpretadas”.
Agora, no pedido desta segunda, Raquel Dodge afirma que “quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade”.
Temer é investigado por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro, na edição de um decreto para o setor de Portos (Decreto 9.048/2017). Essa iniciativa teria favorecido de forma ilegal a empresa Rodrimar S/A.
Em contrapartida, o presidente receberia benefícios, como o pagamento de propina. O negócio, segundo as investigações, teria sido intermediado pelo ex-assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures. Ouça áudio abaixo.
Rádio Eldorado, com informações da Agência do Rádio