A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (28/06), em Goiás, uma ação que visa combater desvios de dinheiro público em programas de financiamento rural.
A operação, batizada de "Fundo Falso", foi iniciada a partir da delação de um gerente do Banco do Brasil. Os crimes teriam ainda a participação de outros servidores do banco. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 100 milhões.
Em nota enviada a imprensa, o Banco do Brasil informou que "colabora com as investigações da Policia Federal".
Conforme a PF, cerca de 80 policiais estão nas ruas para cumprir 70 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, um de busca e apreensão e 68 de condução coercitiva. Eles foram expedidos pela 11ª Vara Federal de Goiânia.
A operação é coordenada na cidade de Anápolis, a 55 km de Goiânia. Além do município e da capital, os agentes também atuam em Itaberaí, Gameleira de Goiás e Silvânia.
De acordo com as investigações, os recursos eram desviados de programas do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
O departamento de jornalismo entrou em contato, por email, com a Previdência Social, responsável pelo Funrural, e com a Superintendêcia do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), que cuida do FCO, e aguarda um posicionamento dos órgãos sobre o caso.
Fraudes
Segundo a PF, o crime consistia em fraudes na aprovação de financiamentos ilegais, nos quais áreas sobrepostas e terras em duplicidade eram dadas como garantia. A partir disso, eram obtidas liberações de dinheiro para fins ilegais.
A verba, que deveria ser utilizada no fomento à atividade agropecuária, segundo a PF, era desviada para a aquisição de produtos do próprio Banco do Brasil, como Seguro Ourocap e pagamento de empréstimos.
Os envolvidos podem responder por estelionato qualificado. A pena prevista é de 5 anos em caso de condenação.
Fonte: G1 Goiás (com adaptações)