Ao contrário dos outros animais, o homem nasce sem defesas e sem competências e continua assim por muitos anos.

Desde o início, sua sobrevivência depende das relações que ele consegue estabelecer com os outros.

As redes sociais tem a sua arquitetura toda sustentada sobre a nossa necessidade de reconhecimento, fornece a nós uma pequena dose de dopamina cada vez que alguém nos curte, comenta uma foto ou um post, ou qualquer outra coisa que postamos.

As plataformas WhatsApp, Facebook, Instagram, Tik Tok etc, não foram concebidas para nos confrontar, mas, pelo contrário, veio para nos manter num estado de incertezas e de carência permanente.

Nos tornamos cliente ideal para estas plataformas que nos captura e nos impulsiona com uma força arrestável para ir às plataformas dezenas, centenas, milhares de vezes por dia, fissurado por essas pequenas doses de dopamina da qual nos tornamos dependente.

Um estudo americano demostrou que, em média, cada um de nós dá 2.617 toques por dia na tela do nosso smartfone (Livro: Engenheiros do caos), que sem dúvida este não é o comportamento de uma pessoa que esteja sã de espírito.

A necessidade diária de visualizações nos deixa mais próximo do modo de agir de uma pessoa que sofre de dependência de drogas em fase terminal.

Daí a necessidade de seguidos likes (compartilhamentos, quantidade de seguidores ou visualizações de um vídeo, etc), que costumamos chamar, no marketing digital, de métricas de vaidade.

Likes estes com números exponenciais de visualizações que contribuem para empoderar pessoas, empresas e ficam bonitos em um relatório, mas que não dizem tanta coisa para você, no fim das contas.

Ex. você curte uma postagem de um famoso mostrando a sua mansão... o que isto impactou pra você? Ou o bolo que a socialite degustou naquele dia? Meu time contratou um determinado jogador por 100 milhões de dólares? Meu banco comprou 10 empresas petrolíferas por U$$100 Bilhões.

O dirigente da minha igreja que comprou uma mansão por U$$ 10 milhões de dólares e nós aceitamos como se fosse uma benção. E você que vive com 1 Salário mínimo é um amaldiçoado? Ou um capturado pelas redes sociais? Pense nisso... como sair da bolha!!!

A não discussão e compreensão destes temas podem produzir um trauma psicológico geracional – sendo que as gerações futuras serão afetadas – criando uma sociedade racionalmente insensível, sem empatia, culturalmente ignorante e mais intolerante.

A EDUCAÇÃO tem um papel preponderante nestes tempos sombrios para disseminar o conhecimento cientifico e estimular o senso crítico.

Eco. Nilvan Domingos Barbosa