Papamóvel elétrico será transformado em clÃnica para crianças de Gaza
O legado de paz e solidariedade do papa Francisco segue vivo mesmo após sua morte. Em um dos seus últimos gestos, o pontífice solicitou que um de seus papamóveis fosse transformado em uma clínica móvel de saúde para atender crianças na Faixa de Gaza, uma das regiões mais afetadas por conflitos no mundo atual.
O papamóvel que será convertido em uma clínica móvel é o Mercedes-Benz Classe G totalmente elétrico. Este modelo de veículo foi projetado para ser sustentável e será adaptado para atender às necessidades de saúde das crianças em Gaza. A transformação está sendo conduzida pela Caritas Jerusalém com apoio da Caritas Suécia. O veículo será equipado com recursos médicos, como testes rápidos para infecções, vacinas, instrumentos de diagnóstico e kits de sutura, além de outros suprimentos essenciais. A informação foi publicada no Vatican News, veículo oficial da Santa Sé.
A escolha do modelo elétrico também reflete o compromisso ecológico do papa Francisco, que sempre buscou alinhar suas ações ao cuidado com o meio ambiente, conforme expressado na sua encíclica Laudato Si’. O veículo agora se torna um símbolo de solidariedade e compaixão, levando tanto cuidado quanto esperança para os mais necessitados, com um foco especial nas crianças deslocadas.
A transformação do veículo em clínica móvel está prevista para ser concluída em aproximadamente três semanas, dependendo da aprovação das autoridades israelenses para entrada na Faixa de Gaza.
Mesmo durante sua internação no Hospital Gemelli, em Roma, o papa Francisco manteve contato diário com a pequena comunidade católica em Gaza. Ele ligava todos os dias para a paróquia, demonstrando constante preocupação com a situação humanitária na região, e oferecia apoio espiritual e material àqueles que estavam sofrendo com os efeitos devastadores do conflito.
O papamóvel convertido em clínica é mais do que uma estrutura móvel: é uma mensagem. Uma convocação para que a comunidade internacional não desvie o olhar da tragédia em Gaza — e para que continue a agir, como Francisco fez até o fim.
Peter Brune, secretário-geral da Caritas Suécia, ressaltou que o projeto é uma ação concreta em meio ao caos. “Com esse veículo, poderemos alcançar crianças que hoje não têm acesso a nenhum tipo de cuidado médico — crianças feridas, desnutridas. É um gesto de vida num lugar onde a saúde desapareceu quase por completo.”
A frase emblemática do papa Francisco — “As crianças não são números. Elas têm rostos, nomes, histórias. E cada uma é sagrada” — ganha forma literal nesse projeto. O papamóvel, símbolo de proximidade e humildade do pontífice, agora se torna um instrumento direto de assistência e esperança.
Anton Asfar, secretário-geral da Caritas Jerusalém, disse que o veículo representa a proximidade e o carinho constantes do papa Francisco pelos mais vulneráveis. “É um símbolo de que o mundo não esqueceu as crianças de Gaza”, afirmou.
Veja
Papa Francisco surge de tipoia após cair e machucar o braço no Vaticano
O papa Francisco machucou seu braço direito após uma queda em sua residência, mas não sofreu fraturas e continuou com sua agenda do dia, disse o Vaticano nesta quinta-feira (16), acrescentando que a lesão tinha afetado o antebraço do pontífice e que este tinha sido imobilizado “como medida de precaução”.
Imagens do papa tiradas pela manhã o mostravam usando uma tipoia simples de pano em volta do pescoço para segurar o braço direito.
Esta é a segunda lesão do papa em um mês e meio —em dezembro do ano passado, ele machucou o rosto em uma outra queda, depois de escorregar ao sair da cama.
O pontífice, que assumiu o cargo em 2013, completou 88 anos em dezembro e frequentemente usa uma bengala ou uma cadeira de rodas para se locomover devido a dores nos joelhos e nas costas.
Ele já sofreu de gripe e problemas relacionados várias vezes nos últimos dois anos. Também passou por uma cirurgia para tratar uma diverticulite em 2021, e por outra para reparar uma hérnia em 2023.
Papa e a saúde
Em uma autobiografia lançada mais cedo na semana, Francisco minimiza as preocupações sobre sua saúde. “Estou bem”, diz ele. “A Igreja é governada usando a cabeça e o coração, não as pernas.”
O papa não nega as limitações de sua idade no livro: “A realidade é, muito simplesmente, que estou velho”, escreve. Ao mesmo tempo, descarta a possibilidade de renunciar, como seu antecessor Bento 16 fez.
“Cada vez que um papa fica doente, os ventos de um conclave sempre parecem estar soprando”, declara, referindo-se à reunião de cardeais católicos responsável por eleger o próximo pontífice. “A realidade é que, mesmo durante os dias da cirurgia, nunca pensei em pedir demissão.”
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