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27 bebês aguardam vaga em UTI. Um deles é de Mineiros

Por Eduardo Candido 01 Julho 2014 Publicado em Saúde
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Eni, de Mineiros, aguarda vaga para a neta Eni, de Mineiros, aguarda vaga para a neta Cristina Cabral

Ontem, até às 18 horas, 27 bebês aguardam vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas e neonatais do Sistema Único de Saúde (SUS) de Goiânia, apesar de a rede de atendimento contar com 109 leitos.


A fila é maior para UTIs pediátricas: existem 24 vagas, todas ocupadas, e há mais 24 bebês na espera. Já no caso das neonatais, são 3 recém-nascidos na fila e 85 leitos existentes e preenchidos.


A maior demanda por UTI infantil estava concentrada no Hospital Materno Infantil (HMI), principal porta de entrada para pacientes com gravidez de alto risco e crianças com problemas de média e alta complexidade em Goiás, onde 20 crianças internadas estavam aguardando vaga, 18 em UTIs pediátricas e duas em neonatais.


Pela manhã, a situação no HMI era ainda mais grave, eram 22 crianças nessa condição. Algumas com doenças graves, como gastrosquise, uma má-formação congênita caracterizada por defeito na formação no abdômen, hidrocefalia, que é o acúmulo de liquido no cérebro, infecção generalizada (sepse), cardiopatia e peneumonia. A maioria, 14, é de Goiânia, e doze nasceram no Materno Infantil.


Uma dessas crianças é a neta da cozinheira Eni Pio Santos, de Mineiros. Evelin Vitória chegou ao HMI na quarta-feira, 24, com pneumonia e problemas cardíacos. Nasceu em Mineiros, “não ficou nem duas horas no quarto”, conta a avó. “Não chorou, não mamou e tinha a boquinha roxa.” A avó veio com a neta e a mãe ficou em Mineiros. Evelin chegou a Goiânia de ambulância com UTI neonatal, mas em seis dias não conseguiu se internar em uma unidade de terapia intensiva. Não havia vaga, de acordo com a Central Municipal de regulação, e até ontem a avó ainda aguardava por uma na porta do HMI.


Essa não é uma situação excepcional no HMI. É a realidade do dia a dia do hospital, que está construindo mais 20 UTIs neonatais, que devem ser entregues em outubro deste ano. Além disso, a direção do hospital pretende alugar dez unidades pediátricas nos próximos dias. A autorização para a locação foi dada sexta-feira, dia 27, pela Procuradoria Geral do Estado e o processo de locação deve ser concluído em 30 dias, de acordo com o secretário de Saúde do Estado, Halim Antônio Girade.


Hoje, o hospital conta com 10 unidades pediátricas, que estão sendo reformadas, e oito neonatais, segundo o secretário. No município, esse dado é diferente; de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, existem dez UTIs neonatais no HMI. O hospital conta também com dez Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) que funcionam na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. Apesar de as UTIS serem do HMI, ele não tem autonomia para gerir essas vagas, que são distribuídas pela Central de Regulação, que é ligada à Secretaria Municipal de Saúde.


Mas essa situação de falta de UTIs infantis não deveria estar tão grave, na opinião do secretário de Saúde do Estado. Isso porque, em maio do ano passado, o governo do Estado autorizou à Central Municipal de Regulação a contratar diárias de UTIs pediátricas dos hospitais privados por mais que o dobro que o Sistema Único de Saúde paga (SUS), que é R$ 478. O Estado se dispôs a complementar em até R$ 662 por leito totalizando R$ 1.100 a diária. “Nós estamos dispostos a pagar, mas não podemos comprar”, diz Girade. Porque cabe exclusivamente ao município fazer essa distribuição das vagas de UTIs, seja as da rede pública ou da conveniada, aqueles leitos que os hospitais particulares disponibilizam para o SUS.


De acordo com o secretário Halim Girade, a cidade dispõe do número de vagas necessárias para atender a demanda. “Basta uma boa negociação”, diz. No caso, entre a central de Regulação e os hospitais privados. Ele cita como exemplo o Instituto Goiano de Pediatria (Igope), que dispõe de 18 leitos de UTI e, segundo o secretário, disposto a vender. O município apenas contrata seis dessas vagas.


Para o município, não existe, na rede saúde privada da capital, número de vagas de UTIs pediátrica e neonatal suficiente. “É preciso abrir mais leitos e leitos públicos”, afirma o diretor do Centro de Regulação, Cláudio Tavares. E ele desafia: “pode-se pagar R$ 2 mil pela diária que não se encontra vaga de UTI pediátrica”, garante. Uma situação que, na opinião dele, não vai se resolver em curto prazo, uma vez que não se cria uma UTI de um da para outro. Na opinião de Tavares, não se trata de valor de diária, mas da estrutura hospitalar, na opinião dele, é deficiente.


Mas enquanto no HMI duas crianças aguardavam vaga em UTIs neonatais, na Maternidade D. Iris, que é municipal, um leito de tratamento intensivo estava vago. Era reserva técnica, explicou o diretor do hospital José Renato Rezende. De acordo com o diretor-geral do D. Iris, Mauricio Viggiano, a maternidade não tem problema para atender os bebês nascidos na própria unidade.


O hospital conta com dez UTIs neonatais, dez Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), para crianças com problemas menos graves, e cinco leitos cangurus, para o recém-nascidos ganhar peso. Essas vagas atendem exclusivamente os bebes nascidos na Maternidade D. Iris. “De vez em quando a Central de regulação liga para saber se tem vaga”, conta Viggiano. Ontem tinha, mas era reserva técnica. “Provavelmente para alguma paciente do hospital em trabalho de parto”, justifica Cláudio Tavares. Havia também uma vaga ociosa de Ucin, em frente a qual também estava escrito “reserva técnica”.


Fonte: O Popular

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