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Barão das drogas é preso em operação 'cinematográfica'

Por Eduardo Candido 14 Maio 2014 Publicado em Polícia
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Marcelo "Zói Verde" Marcelo "Zói Verde" Reprodução

O megatraficante goiano Marcelo Gomes de Oliveira, preso na última quinta-feira, em Brasília, está sendo considerado nos círculos policiais uma versão tupiniquim do chefe do chefe do cartel da droga colombiano, Pablo Escobar. Marcelo "Zói Verde", como é conhecido o traficante foi preso em sua mansão no Park Way, em Brasília por agentes da Delegacia de Narcóticos de Goiás em uma operação considerada cinematográfica.


De acordo com o delegado Odair José Soares, titular da Denarc, o poderio do traficante pode ser medido pelo volume de dinheiro que ele movimentava e outros indicativos que os policiais conseguiram desvendar nos últimos meses em que ele foi monitorado dia após dia. "Com um faturamento de aproximadamente R$ 15 milhões, por mês, esse traficante conseguiu construir um império, em pouco tempo de operação, maior que muitas corporações empresariais", explica.


Os policiais da Denarc goiana realizaram um trabalho primoroso e elogiado até pelos colegas do Distrito Federal. Quando Marcelo Gomes foi preso, em Brasília, os policiais goianos chamaram os integrantes da Delegacia de Combate ao Crime Organizado do DF para acompanhar o procedimento. Um delegado de Brasília aparece no vídeo comentando que achava aquele tipo de operação "só acontecia no cinema".


Marcelo Gomes foi monitorado nos últimos dois anos por policiais de Goiás, monitorados um a um para que nada vazasse e colocasse tudo a perder. O empenho dos agentes e delegados rendeu pérolas que vão integrar o acervo da Polícia Civil de Goiás e ensinar como investigar e derrubar o poderio de um cartel criminoso.


Um delegado que integra o grupo encarregado da investigação que derrubou o grupo de Marcelo "Zói Verde" conta que eles tiveram de recompor todo o conjunto probatório para poder dar um golpe certeiro no coração do esquema criminoso. Marcelo já respondeu a duas ações penais, em Goiânia, por tráfico, mas com o poder do dinheiro e advogados inescrupulosos ele conseguiu fazer desaparecer os dois processos físicos do Fórum de Goiânia, bem debaixo dos narizes de juízes e sob as barbas da corregedoria. "Não é tão fácil fazer sumir dois processos assim", comenta o delegado. Os autos estão sendo recompostos e ele deverá voltar a responder por esses crimes.


Recomposição
"Era preciso restabelecer toda a cadeia do crime envolvendo esse indivíduo. Desde a compra da droga, passando pelo transporte, envolvendo a posse e guarda dessa substância, a venda, até a lavagem do dinheiro oriundo do tráfico", explica o delegado Odair. Foi este trabalho de engenharia policial que os agentes da Denarc fizeram nos últimos dois anos.


Descobriram que ele compra a droga na Bolívia e Colômbia e negocia somente no atacado. A cocaína vem em pasta base – cerca de meia tonelada a cada quinzena – e é vendida para traficantes menores que a destilam, processam, embalam e vendem no varejo em Goiás e Distrito Federal.


O dinheiro movimentado é alto. Os agentes estimam que o esquema de Marcelo faturava algo em torno de R$ 15 milhões por mês e que nos últimos quatro anos o volume chegou a quase R$ 1 bilhão de faturamento. O traficante podia se dar ao luxo de comprar uma caminhonete Hilux zero quilômetro que não tinha qualquer rastro de crime para mandar buscar a droga na divisa com os dois países.


A operação teve de ser antecipada na última semana em virtude da prisão de um carregamento de 450 quilos de pasta base na divisa com o Mato Grosso. Uma parte da droga seguiu para Brasília e os policiais deram o bote em Marcelo e fecharam o cerco em seu esquema criminoso.


O dinheiro da droga rendeu para ele imóveis de luxo em Brasília e Goiânia, fazendas em Goiás e no Tocantins, carros importados como Ford Edge, Land Rover de R$ 450 mil, Porshe e outros expoentes de uma frota de 10 relíquias dessas somente em Goiânia. Os policiais descobriram que ele tem um avião estalando de novo e pretendia comprar um jato.


Recentemente Marcelo se deu ao luxo de viajar aos Estados Unidos a passeio. Ele foi seguido em locais como Las Vegas, Miami e Nova York. Em Goiás a gastança também era constante. Em um leilão de gado em São Miguel do Araguaia ele levou duas malas cheias de dinheiro e arrematou todos os novilhos e bois para engorda à venda. O fazendeiro que vendeu ficou duas horas contando o dinheiro.


Diferentemente de outros traficantes ele abandonou a violência como forma de resolver suas pendengas para não chamar a atenção da polícia. Não são atribuídos crimes de sangue ao grupo do barão da droga goiano e seus gestos até educados impressionaram os policiais.


Outro detalhe que chamou a atenção de agentes e delegados foi a organização empresarial que o traficante imprimiu em seu grupo. "A hierarquia era respeitada e as determinações seguidas com presteza", revela um delegado. O titular da Denarc cita que nas escutas telefônicas obtidas com autorização judicial aparece Marcelo Gomes determinando que seu lugar-tenente compre celulares e que todos devem trocar seus aparelhos no dia seguinte. Como combinado, no dia seguinte os policiais filmaram Marcelo distribuindo 19 novos aparelhos celulares para seus comparsas.


Lavagem
Outro avanço nas investigações foi a descoberta de uma rede de negócios legais para esquentar o dinheiro e dar uma aura de legalidade a esses recursos. Marcelo "Zói Verde" estabeleceu critérios para seus "laranjas" em fazendas e outras atividades empresariais.


Duas empresas de factoring, postos de combustíveis, galpões de aluguel e outras atividades foram descobertas e relacionadas pela Polícia Civil de Goiás e a Justiça decidirá o que será feito com elas.


A influência de Marcelo Gomes de Oliveira chegou às raias do poder. Uma nota promissória de mais de R$ 1 milhão emitida por um indivíduo cujo sobrenome é famoso na política goiana foi apreendido pelos policiais. Esse cidadão terá de se explicar na Justiça sobre suas relações com o barão da droga preso.


Nos últimos quatro dias delegados e agentes envolvidos na investigação estiveram ocupados com representações, pedidos de busca e apreensão e outras medidas burocráticas para fechar o ciclo da repressão ao grupo de Marcelo Gomes. Hoje está marcada uma entrevista coletiva para apresentar detalhes da operação e resultados obtidos com o trabalho dos policiais.


Fonte: Diário da Manhã/Hélmiton Prateado

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