Produtor de soja há mais de 30 anos em Mineiros, o gaúcho Vanir Potrich tinha endereço certo ontem na 13ª Tecnoshow Comigo, em Rio Verde. Animado com os resultados positivos da tecnologia Intacta RR2 PRO na última safra, ele queria saber mais sobre o produto, desenvolvido pela Monsanto e até agora o único capaz de combinar soluções contra as principais lagartas, tolerância ao herbicida glifosato e aumento de produtividade.

“A única certeza é que eu e muitos outros agricultores vamos aumentar a área plantada de soja resistente às lagartas, que estão atacando as lavouras”, garantiu. No ano passado, cerca de 10% da área total de soja em Goiás foi plantada com a nova biotecnologia.

Este ano, conforme o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a nova variedade transgênica poderá ocupar até 25% das lavouras. “E só não vai abranger uma área maior porque não existe disponibilidade suficiente de sementes.”

“Ainda não é possível saber a quantidade de soja Intacta RR2 PRO que será comercializada, porque as sementes ainda estão sendo beneficiadas, mas a oferta será maior a cada ano”, antecipa Tiago Ferreira Mendes, representante de campo da Monsanto.

Além da própria Monsanto, parceiros comerciais, sementeiros e oito marcas licenciadas também fabricam e comercializam a tecnologia. O produto não chegou antes ao mercado porque só poderia ser lançado comercialmente com a aprovação dos principais países compradores da soja brasileira, como China e Estados Unidos, entre outros.

Informação
Uma das maiores empresas do mundo em ciências e inovação nas áreas de sementes, proteção de cultivos e controle de pragas não-agrícolas, a Bayer CropScience levou para o evento variedades de soja adequadas ao solo e ao clima da região. As novidades atraíram gente como Abel de Castro Guimarães, produtor de soja e milho em Rio Verde e Quirinópolis, que procurava informações mais exatas para administrar a lavoura.

“No ano passado, o foco nas lagartas era tão grande que acabamos descuidando da ferrugem asiática”, conta Abel. “Hoje a gente precisa estar focado é na prevenção. Depois que o problema está instalado, você tem de conviver com ele.” Ele acredita que, se tivesse trabalhado com dados mais precisos, teria evitado os gastos dobrados que teve com inseticidas.

Abel assistiu à palestra do pesquisador e professor de Fitopatologia, Luis Henrique Carregal, sobre manejo de doenças na cultura da soja também no estande da Bayer. No final, o visitante conheceu como funciona uma campanha de monitoramento das principais lagartas de soja, milho e algodão em 1,3 mil pontos de controle.

Carregal chamou a atenção para o uso correto da tecnologia e orientou os produtores na palestra a fazerem um manejo integral das lavouras. “O uso da tecnologia é cada vez maior e a margem de lucro é cada vez menor, então o agricultor não pode cuidar de uma parte e esquecer a outra.” De acordo com ele, a quantidade de produtos agroquímicos eficientes disponíveis no mercado é bastante limitada, o que exige ainda mais cuidado com a utilização correta. “Se não usar da maneira certa, a chance de perder o que já tem é grande.”

Fonte: O Popular/Fernando Machado