Terminou com o afastamento de parte do corpo técnico da maternidade Nascer Cidadão, o caso que chocou a capital, tendo como personagem principal uma gestante que deu à luz na portaria da instituição de saúde, que fica na região Noroeste de Goiânia. Um vídeo, que já circula pela internet, traz cenas fortes que mostram, na opinião de muitos, o descaso com que são tratados os usuário do sistema público de saúde (Clique aqui e assista o vídeo). O bebê nasceu às 19h45 de terça-feira (11) enquanto Letícia Leite Machado, 34 anos, aguardava por uma vaga de internação na recepção da maternidade.

Para grande parcela da população o acontecimento é inaceitácel, já que a unidade prega um atendimento humanizado à mulher. No vídeo, feito por João Paulo Araújo, que também aguardava na maternidade, um médico obstetra aparece acolhendo a criança, logo após Letícia dar á luz. Por se tratar de um material que traz imagens extremamente fortes, a reportagem do jornal A Redação optou por não divulgar a gravação.

O vídeo, postado no Facebook, já teve, até a manhã desta quinta-feira (13),  2.425 compartilhamentos e 357 comentários, traz uma legenda que fala de descaso e falta de respeito. "Galera as imagens são fortes, mais me achei na obrigação de postar. Eu estava aguardando atendimento para minha esposa. E acabei presenciando toda essa Cena. Nunca pensei que veria um ser humano passar por tanto descaso, falta de respeito nem sei explicar o que sinto nesse momento. — em Maternidade Nascer Cidadão", postou João Paulo Araújo.

Ele prestou os primeiro cuidados ao bebê do sexo feminino, que nasceu com 2.270 gramas e 47 centímetros. A criança passou por todos os exames necessários, inclusive raio-x de tórax e crânio, e a menina e a mãe passam bem.

Na tarde de quarta-feira (12) o titular da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), Fernando Machado, recebeu a imprensa, no Paço Municipal, para dar esclarecimentos sobre o caso e disse que uma sindicância será aberta para investigar o que realmente aconteceu no dia 11 de junho.

Além disso, será apurado o real motivo da demora no atendimento, já que, de acordo com a direção da maternidade, Letícia chegou à unidade sem acompanhante às 17h25 e somente às 19 horas foi reavaliada.

Um dos pontos altos da coletiva foi o anúncio do afastamento de toda o corpo técnico que estava de plantão na maternidade no dia em que a gestante deu a luz ao bebê. Fernando explicou que um documento, pedindo o afastamento dos servidores envolvidos até a apuração dos fatos, já foi encaminhado aos Conselhos de Medicina e Enfermagem para análise técnica.

O prazo para a apresentação do resultado da sindicância é de 3 a 4 dias.

A explicação da direção é que o processo expulsivo do bebê, o parto, ocorreu de forma mais acelerada que o comum. A usuária informou que era o segundo parto, mas na verdade é seu quinto filho. Essa informação pode ter prejudicado o raciocínio clínico da equipe.

De olho
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse que vai instaurar uma sindicância para apurar o atendimento dado à paciente. Leia o documento na íntegra:

"O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) instaurou uma sindicância para apurar se houve falhas por parte da equipe médica no atendimento à paciente Letícia Leite Machado, que deu à luz uma menina, na noite de terça-feira (11), na Maternidade Nascer Cidadão. O Cremego tomou conhecimento deste caso na noite de ontem (12), através da imprensa, e a sindicância instaurada nesta quinta-feira (13) vai averiguar a assistência médica prestada à paciente.

O Conselho ressalta a relevância dos serviços prestados à comunidade pela Maternidade Nascer Cidadão, unidade da rede pública municipal de saúde de Goiânia, que é pioneira na realização de partos humanizados na capital e, há 12 anos, vem assegurando um importante atendimento à população da região Noroeste da cidade."

Fonte: A Redação

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