1. MENU
  2. CONTEUDO
  3. RODAPE

Violência: Polícia fecha duas clínicas suspeitas de torturar pacientes

Por Eduardo Candido 12 Junho 2013 Publicado em Polícia
Votao
(0 votos)
Marcas pelo corpo de paciente Marcas pelo corpo de paciente TV Anhanguera

Um dependente químico de uma das clínicas fechadas em Anápolis, relatou os horrores pelos quais passou dentro da instituição irregular. "Eu tive a mandíbula quebrada. Eles me bateram e me torturaram dentro do banheiro, na tal da triagem que eles falam. Ele colocou a espingarda na minha cabeça", disse o homem, que preferiu não ser identificado. Ele é uma das mais de 60 pessoas mantidas em cárcere privado libertadas pela Operação Resgate.

Deflagrada na manhã de terça-feira (11), a ação fechou duas clínicas irregulares de recuperação de dependentes químicos (Clique aqui e assista reportagem especial). Segundo a polícia, as instituições cobravam R$ 8 mil por interno, mas em vez do acompanhamento psicológico prometido às famílias, dopava e torturava os pacientes.  Em cenas gravadas por um agente disfarçado, um dos coordenadores do grupo conta como fazia a internação involuntária das vítimas.

Seis pessoas acabaram presas, entre elas um médico, apontado como um dos proprietários. Eles foram autuados em flagrante por cárcere privado, sequestro qualificado e tortura. Três envolvidos conseguiram fugir.

Segundo o delegado Manoel Vanderic, responsável pela ação, os internos viviam em condições sub-humanas. Dormiam em colchões esparramados no chão, em alojamentos sem armários, com janelas sem vidros.

Comida estragada
Nas duas clínicas, a polícia encontrou alimentos estragados que eram servidos aos pacientes. Eles bebiam água da torneira, comiam feijão de má qualidade e verduras apodrecidas.

Outro interno que estava no local há três meses para se livrar da dependência química reclama: "Às vezes comia só arroz e feijão, um pedacinho de carne só e não tinha mais nada. Eles eram maus aqui".

Algumas vítimas apresentam marcas da tortura pelo corpo. “Internos contam que foram enterrados vivos, só com a cabeça de fora. Outros foram obrigados a comer toco de cigarro. Algumas mulheres disseram que foram algemadas nuas na cerca, outras, jogadas na piscina de madrugada”, detalha Vanderic.

Durante a operação, a polícia apreendeu armas de choque, armas de pressão, algemas e vários medicamentos tarja preta. “São instituições totalmente irregulares, sem autorização da prefeitura, da vigilância sanitária ou do Ministério Público para funcionar”, diz o delegado.

Vídeo
A Polícia Civil começou a investigar uma das clínicas, no Bairro Arco Verde, há três meses, depois que dois internos conseguiram fugir e denunciaram os maus tratos. Um agente se passou por familiar de um dependente químico que buscava tratamento para o parente. Com uma câmera escondida, ele gravou o suposto coordenador do local explicando como o grupo atuava para internar uma pessoa contra a vontade dela.

O suposto coordenador fala de um "remedinho", que segundo a polícia seria sedativo dado para dormir. "Bota no carro dormindo, bate na porta e nós botamos ele para dentro", detalha o homem. Questionado pelo policial disfarçado se tem funcionado, o coordenador ri.

A instituição cobrava R$ 8 mil para o tratamento contra a dependência. No vídeo, o homem explica que divide o pagamento em 10 parcelas. Mas alerta que a "remoção", quando uma pessoa era levada à força, seria cobrada separadamente.

"Agora, é o que eu falei para você, quando a gente sai daqui para fazer o resgate dele, isso aí é pago à parte, porque é outra equipe que faz", explica o homem que aparece de óculos no vídeo.

Vanderic afirma que apenas 10% dos pacientes falam que estavam lá voluntariamente. "Há uma legislação desde 2001 que regulamenta essa questão da internação involuntária e nenhum dos requisitos foram preenchidos", esclarece Vanderic.

Fonte: G1 Goiás

Instagram Radio EldoradoTwitter Radio Eldorado

 

Enquete Eldorado

Você já baixou o aplicativo da Rádio Eldorado?

Já baixei - 75%
Não sabia - 0%
Vou baixar - 25%
Ainda não - 0%

Total de votos: 4
A votação para esta enqueta já encerrou
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro