A nova safra brasileira de grãos ainda está em fase inicial, mas os primeiros sinais já trazem um clima de otimismo para Goiás e outras regiões do país.
A avaliação é do consultor de mercado Cristiano Palavro, da Pátria Agronegócios, que destaca fatores como o bom volume de chuvas no Centro-Oeste e o cenário climático favorável nos Estados Unidos como pontos de atenção no momento.
Segundo ele, embora ainda seja cedo para projeções definitivas sobre a safra 2025/26, as condições atuais são positivas para a segunda safra de milho, especialmente em Goiás, que pode colher volumes históricos neste ano. Confira a fala completa do especialista:
“O que mais chama atenção agora é a extensão das chuvas aqui para o Centro-Oeste brasileiro. As chuvas estão sendo muito positivas nesses últimos dias. Isso tem trazido um aspecto de grande potencial produtivo para nossa segunda safra aqui em solo nacional. E lá nos Estados Unidos, um começo de safra, como você comentou, bastante bom. Eles não estão tendo problemas climáticos por enquanto. O longo prazo também não mostra grandes anomalias em relação ao excesso de chuvas ou uma seca significativa ao longo do verão norte-americano. Então, por enquanto, condições iniciais favoráveis para os Estados Unidos. Isso tem garantido um bom começo do plantio por lá. E para nós aqui no Brasil, a grande relevância agora é realmente se desenrolar das chuvas aqui para a segunda safra. E a perspectiva, ou não, de chegada de frio que possa atrapalhar as lavouras mais do sul e do sul do MS. Por enquanto, nenhum risco significativo no radar, seja de falta de chuvas aqui para o Centro-Oeste ou de frio excessivo para o Centro-Sul.
Mas para a nova safra, realmente, ainda são projetadas condições climáticas levando para uma neutralidade climática. Mas ainda temos bastante tempo para uma mudança nesses fatores. Ainda é cedo para grandes conclusões para a safra 25-26.”
Goiás pode bater recorde de produção em 2025
Palavro também destaca que o estado de Goiás reúne as condições ideais para uma safra recorde de grãos em 2025, impulsionada principalmente pela produtividade do milho.
“Temos condições de ter uma safra recorde aí pra Goiás esse ano, falando em todos os grãos. Na questão do milho, nós tivemos uma redução de área significativa em 2024, agora temos uma recuperação dessa área, não totalmente quanto, não plantamos tanto quanto em 2023, mas tivemos uma recuperação importante. E temos, sim, condições, devido à produtividade potencial desse ano, de atingir uma safra recorde aqui pro estado.”
Exportações seguem firmes apesar de recuo em abril
Em relação à soja brasileira, o consultor analisa os números divulgados pela ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), que indicaram redução nos embarques de abril, mas sem impacto na demanda internacional.
“A ANEC trouxe uma redução da previsão para abril, mantendo uma previsão total para o ano ainda bastante boa. Então, o fato de nós não termos embarcado tanto em abril se refere muito mais a questões logísticas e capacidade portuária de movimentação do grão, do que propriamente uma falta de demanda. A gente está num mês onde a venda para exportação foi bastante agressiva, então não vejo qualquer impacto significativo de redução de demanda aqui no Brasil, já que nós temos realmente uma soja mais competitiva do que outras origens e temos aí total condição de atingir pelo menos os 106, 107 milhões de toneladas hoje projetadas.”
Da Redação, Rio Verde Rural
