Ricardo Goulart, produtor rural e convidado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Jataí em 2025, não esconde a preocupação com os desafios estruturais que o município enfrenta.

O futuro secretário refletiu sobre os obstáculos e as oportunidades que Jataí ainda precisa aproveitar para desenvolver todo o seu potencial.

A Falta de Resultados: O Desafio de Jataí

Quando questionado sobre a situação do município, Ricardo Goulart não hesita em afirmar que, apesar de Jataí ter grande potencial, a falta de resultados tangíveis é um problema.

“Jataí tem um potencial enorme, mas cadê o resultado? Eu realmente sinto falta de ver o município atingindo esse potencial. Falta fazer, falta acreditar”, disse. O futuro secretário também pontuou que foi essa percepção que o motivou a aceitar o convite de Geneilton Assis, prefeito eleito, para assumir a pasta.

Ricardo revela que o convite foi um processo curioso. Não conhecia o prefeito eleito, mas recebeu uma ligação de um amigo que lhe sugeriu uma conversa com Geneilton.

“Fui convidado a conhecer o prefeito, e ficamos à vontade. Ele me fez um convite e, claro, fiquei muito lisonjeado, é bom ser lembrado”, contou Goulart. Depois de uma conversa com a esposa, ele aceitou o desafio, que vem acompanhado de grandes expectativas.

Infraestrutura Deficitária e Desafios da Zona Rural

Ricardo tem uma visão clara sobre os problemas que afetam a zona rural de Jataí. Um dos maiores obstáculos está na falta de infraestrutura básica, especialmente no que diz respeito à energia elétrica e estradas.

Ele destaca que muitos armazéns da região dependem de geradores há mais de dez anos e que a rede elétrica local é deficiente.

“Na região, temos armazéns alimentados por gerador há mais de 10 anos. Não há energia trifásica, apenas uma rede monofásica. Isso é um problema enorme para os produtores, especialmente para os que lidam com leite. Em algumas regiões, fica até 5 dias sem energia. Como o produtor vai conseguir tirar o leite e mantê-lo resfriado?”, questiona.

Para Ricardo, sem energia elétrica de qualidade, não há como falar em desenvolvimento. Ele ressalta que a infraestrutura básica, como acesso e energia, é essencial para qualquer avanço econômico.

“Jataí tem mais de mil quilômetros de estradas rurais, mas elas precisam estar em boas condições para que os produtos possam ser escoados. E não é só para o grande produtor, mas também para o pequeno agricultor, que, sem boas estradas, não consegue escoar sua produção”, explica.

Para ele, a melhoria das estradas rurais é fundamental para o sucesso do setor agropecuário e da educação, pois a falta de vias adequadas também compromete o transporte escolar.

A Necessidade de Industrialização e Infraestrutura Básica

Ricardo também falou sobre a necessidade de Jataí diversificar sua economia e atrair indústrias. Ele reconhece que a cidade tem grande potencial, mas afirma que falta infraestrutura básica para isso.

“Por incrível que pareça, Jataí já tem algum potencial, mas não se desenvolve como outras cidades, como Rio Verde. A falta de energia elétrica e uma infraestrutura básica ainda são obstáculos”, comenta.

Ele reconhece os avanços, como a nova subestação da Equatorial, mas lembra que ela não tem capacidade para atender grandes indústrias que demandam muita energia.

“A subestação foi um avanço, mas ela não tem demanda suficiente para atender uma grande indústria. E como você vai colocar uma indústria sem energia?”, questiona. Para Ricardo, a falta de energia é um gargalo que impede o crescimento econômico mais robusto de Jataí.

Ele também falou sobre a experiência de uma sementeira que abriu próxima à cidade e enfrentou dificuldades devido à falta de energia. “Uma indústria, até mesmo de esmagamento de soja, que poderia gerar muitos empregos, encontra dificuldades em se estabelecer devido a essa falta de infraestrutura”, explicou.

Olhares para o Futuro: O Que Espera da Gestão de Geneilton Assis

Com ideias em mente e um vasto conhecimento da área rural, Ricardo Goulart já começou a planejar algumas ações para a gestão de Geneilton Assis. No entanto, ele ressalta que ainda precisa entender melhor a estrutura da secretaria antes de colocar seus planos em prática. “Já comecei a anotar algumas ideias. Sei que o trabalho é grande, são cinco diretorias e vários desafios, mas estou disposto a dar o meu melhor. Acredito que é possível fazer mais por Jataí, especialmente com foco na energia elétrica e na melhoria das estradas”, afirmou.

Para Goulart, o desenvolvimento de Jataí passa por resolver esses problemas estruturais fundamentais. Sem energia e sem boas estradas, o crescimento da cidade será limitado, seja no setor agropecuário ou no industrial. “Se a gente não tiver esses pilares bem estruturados, como vamos avançar?”, questiona, refletindo sobre o que está por vir.

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