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Ruínas do século 4 indicam presença de comunidade cristã perdida

Por Lucas Silva 22 Julho 2024 Publicado em Mundo
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Arqueólogos da Universidade de Exeter, no Reino Unido, encontraram vestígios de uma das primeiras construções cristãs do Golfo Pérsico. A descoberta da construção aconteceu na vila de Samaheej, na costa norte de uma das ilhas do Bahrein, segundo comunicado divulgado pela instituição na última sexta-feira (12).

 

Esse vestígios, anteriormente considerados perdidos, fornecem aos cientistas informações sobre a Igreja Nestoriana, também conhecida como aIgreja do Oriente, que teve um papel significativo na região. Essa presença foi marcante até o início das conversões massivas aoislamismo, a partir do século 7 a.C.

 

As ruínas do edifício cristão estão destacadas em vermelho na imagem que você vê acima. Em amarelo, há uma mesquita islâmica, construída posteriormente, que ajudou a preservar os achados.

 

Alguns escassos edifícios cristãos no Golfo já haviam sido encontrados em lugares remotos no Irã, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita, muitos dos quais foram abandonados posteriormente. A importância de Samahij está no fato das ruínas estarem no centro de uma vila habitada.

 

Sob um monte localizado em umcemitério da aldeia, os arqueólogos desenterraram oito cômodos que sobreviveram os séculos: uma cozinha, uma sala de jantar, um possível "escritório" e três salas de estar. Os cômodos foram construídos com paredes de pedra e piso de gesso. A construção de umamesquitalogo acima do edifício permitiu que os vestígios fossem conservados.

 

Usando a técnica de datação por radiocarbono, os pesquisadores determinaram que o edifício foi ocupado entre os séculos 4 e 8 e depois abandonado, quando a população se converteu ao islamismo.

 

Cientistas acreditam que a construção foi associada a Meshmahig, nome dado ao bispo da diocese de Samahij. Registros históricos indicam que a diocese enfrentou dificuldades com as autoridades eclesiásticas, com um bispo sendo excomungado em 410 d.C e outro sendo condenado no século 7 por desafiar a unidade da Igreja.

 

A evidência da identidade cristã dos habitantes vem de três cruzes de gesso encontradas em meio as ruínas, possivelmente sendo utilizadas como decoração. Além disso grafites riscados no gesso mostram o símbolo cristão Chi-Rho e um peixe, figuras associadas ao cristianismo primitivo. Espirais de fuso, utilizadas em rocas de fiar, e agulhas de cobre sugerem a produção de tecidos para uso em cultos.

 

Os moradores da construção tinham hábitos associadas à elite. Vestígios de alimentos carne de porco, que parou de ser consumida após a conversão islâmica, peixes e mariscos, que ainda estão em processo de análise, são indícios de fartura. Também foram encontrados contas de cornalina, uma pedra semipreciosa, e vários fragmentos de cerâmica de origem indiana, que sugerem a participação em atividades comerciais, principalmente com a Índia.

 

“Ficamos surpresos ao descobrir que alguém também havia desenhado parte de um rosto em uma concha de pérola em betume, talvez para uma criança que morava no prédio”, disse Timothy Insoll, do Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade de Exeter, em comunicado. “Esta é a primeira evidência física encontrada da Igreja Nestoriana no Bahrein e dá uma visão fascinante de como as pessoas viviam, trabalhavam e cultuavam.”

 

O sítio arqueológico deve virar um museu, com inauguração prevista para 2025.

 

Revista galileu

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