A fiscalização das aulas teóricas e práticas nas autoescolas de Goiás terá 23 servidores a mais com a inauguração da Central de Monitoramento do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Presidente da autarquia, Delegado Waldir Soares anunciou o novo modelo nesta terça-feira (27). A ideia é aprimorar o processo de formação de condutores e coibir fraudes. Anteriormente, o acompanhamento era feito por amostragem, ficando sob responsabilidade de um só servidor.
Irregularidades detectadas em imagens motivaram a criação da Central de Monitoramento, a exemplo de uma aula prática que havia sido validada, mas na qual imagens mostram a ausência do aluno e do instrutor no veículo. Outras imagens de um curso teórico mostram alunos e instrutores colocando fotografias em frente à câmera para validar a aula.
De acordo com Waldir, o único exame que não possui acompanhamento em tempo real é o de habilitação para motocicleta, de categoria A.
O presidente explica que aproximadamente R$ 2 milhões foram investidos na iniciativa, gastos na aquisição de equipamentos e contratação de pessoal. E afirma que não haverá nenhum custo extra para as autoescolas e os alunos.
Fraudes
Segundo Waldir, os tipos mais comuns de fraudes e más condutas incluem o abandono das câmeras por parte do instrutor, a realização de provas práticas em carros sem quilometragem, aulas realizadas por professores não-credenciados, e a aulas online sem nenhuma interação entre aluno e professor. O fato de ter um só servidor à disposição de monitorar mais de 8 mil aulas por dia chamou a autarquia a refletir sobre a fiscalização das aulas. “Havia uma fragilidade por parte do Detran no quesito vigilância, e isso nos inspirou a expandir este conceito para a atual Central de Monitoramento”, explica.
Ele também adverte que, devido à natureza criminal das fraudes, o Detran pode entrar com processos judiciais. “No caso de penalidades, tanto para a autoescola quanto para o instrutor, existem punições administrativas, que podem variar de uma notificação à suspensão e o descredenciamento daquela instituição ou daquele professor. Para o candidato, ele poderá ser impedido, por uma quantidade determinada de tempo, de fazer a Carteira Nacional de Habilitação”, afirma.
Para o presidente do Sindicato dos Profissionais dos Centros de Formação de Condutores de Autos do Estado de Goiás (SINPOCEFC-GO), Eduardo Jaguar, a tecnologia deve ser usada a favor da fiscalização. “Basta o Detran ter uma gerência de tecnologia ativa e competente que não haverá nenhum período difícil para ser acompanhado durante o processo de habilitação”, afirma.
“Infelizmente más condutas existem em todo setor. O que cabe à gente é não ser conivente e procurar combater sempre o bom combate. E isso o SINPOCEFC sempre procurou fazer”, explica Eduardo em relação à possibilidade da continuidade das fraudes, mesmo com a implementação da Central de Monitoramento.
De acordo com o Detran-GO, diariamente, são ministradas aproximadamente mais de 8.000 aulas em autoescolas de todo o estado. Estima-se que, em Goiás, sejam realizadas 7.300 aulas práticas por dia, sendo 5.800 para categorias de quatro rodas (B, C, D e E) e 1.500 para a modalidade de duas rodas (A). Já os cursos teóricos ministram 723 aulas online remotas por dia.
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