As duas legendas com as maiores fatias do fundo eleitoral, PT e PSL, não conseguiram eleger candidatos em primeiro turno no municípios com mais de 200 mil eleitores, mas chegam ao segundo com perspectivas diferentes.
Para o segundo turno, os petistas estão em uma situação mais confortável.
Concorre em duas capitais (Vitória e Recife) e em outras 13 cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Goiás e Espírito Santo.
Já o PSL estará em apenas duas cidades no segundo turno, ambas no interior de São Paulo, e em nenhuma delas o partido liderou o primeiro turno.
Neste ano, o PT ainda tenta se recuperar do baque que sofreu após a onda antipolítica dos últimos anos e de, em 2016, só ter vencido em Rio Branco entre as cidades aptas a ter segundo turno.
O PSL tem outro objetivo: o de se firmar no campo da direita após ter saído de legenda nanica a gigante no Congresso ao filiar Jair Bolsonaro em 2018 –e, depois, ter visto o presidente e aliados debandarem do partido.
A Justiça Eleitoral apontou 95 municípios como aptos a ter segundo turno em 2020.
Fora Macapá, cuja eleição foi adiada por causa do apagão e onde a situação está indefinida, 57 deles terão uma nova rodada de votação para prefeito no dia 29 de novembro.
Esse número pode aumentar, a depender de decisões da Justiça Eleitoral.
Embora tenham histórias diferentes e estejam em lados ideológicos opostos, PT e PSL tiveram direito a recursos do fundo eleitoral similares neste ano: o PT levou R$ 201 milhões, e o PSL, R$ 199 milhões.
Ambos lançaram candidaturas fracassadas nas duas maiores capitais do país, São Paulo e Rio de Janeiro.
O PT ainda tenta se reerguer depois dos escândalos que estouraram a partir da Operação Lava Jato, que foram seguidos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Do outro lado, o PSL passa por uma crise desde que Bolsonaro se desfiliou da legenda em 2019, depois do escândalo das candidaturas laranjas.
A direção nacional do partido tenta fazer ele voltar para se candidatar às eleições de 2022.
Agora, o partido de Lula e Dilma tenta, além de eleger Marília Arraes no Recife e João Coser em Vitória, recuperar cidades da Grande São Paulo, onde havia formado o chamado “cinturão vermelho” que perdeu em 2016.
Tem como principais apostas os ex-prefeitos Elói Pietá em Guarulhos e José de Filippi Júnior em Diadema.
Na Bahia, seus candidatos disputam as prefeituras de Feira de Santana e Vitória da Conquista, respectivamente segunda e terceira maiores cidades do estado.
Em Minas Gerais lidera em Contagem, na Grande Belo Horizonte, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Uma aposta do partido em cidade importante é o médico Dimas Gadelha, que concorre em São Gonçalo, segundo município mais populoso do Rio de Janeiro.
Do outro lado, o PSL tem sua disputa mais importante em Sorocaba (SP), onde a atual prefeita Jaqueline Coutinho enfrentará o candidato do Republicanos, o vereador Rodrigo Manga.
Ela teve 16,6% dos votos válidos, e ele, 39,4%.
Em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, o candidato do PSL Danilo Morgado irá às urnas contra Raquel Chini (PSDB), apoiada pelo prefeito tucano Antônio Mourão.
O PSL também tem possibilidade de chegar à Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com o deputado estadual e policial militar Marcelo Dino.
A cidade deu votos suficientes para eleger Washington Reis (MDB) em primeiro turno, mas a candidatura do emedebista foi anulada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e depende de decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Entre as cidades de médio porte que não têm segundo turno nas quais o PSL conseguiu prefeituras, estão São Carlos (SP), com a reeleição do prefeito Airton Garcia (ex-PSB), e Ipatinga (MG), que elegeu o vereador Gustavo Nunes como prefeito.
Já o PT reelegeu o prefeito Edinho Silva em Araraquara (SP).
Nas capitais, o representante do bolsonarismo que melhor se saiu nas eleições foi o Delegado Federal Eguchi, que já foi filiado ao PSL e atuamente está no Patriota.
Ele disputará o segundo turno em Belém contra Edmilson Rodrigues (PSOL).
Na esquerda, além de Edmilson, Guilherme Boulos (PSOL) chegou ao segundo turno em São Paulo contra o prefeito Bruno Covas (PSDB).
Veja a lista das cidades que terão segundo turno e seus candidatos:
Anápolis (GO) – Roberto Naves (PP) x Antonio Gomide (PT)
Aracaju (SE) – Edvaldo Nogueira (PDT) x Delegada Danielle (Cidadania)
Bauru (SP) – Suéllen Rosim (Patriota) x Dr. Raul (DEM)
Belém (PA) – Edmilson Rodrigues (PSOL) x Delegado Federal Eguchi (Patriota)
Blumenau (SC) – Mário Hildebrandt (Podemos) x João Paulo Kleinubing (DEM)
Boa Vista (RR) – Arthur Henrique (MDB) x Ottaci (SD)
Campinas (SP) – Dario Saadi (Republicanos) x Rafa Zimbaldi (PL)
Campos dos Goytacazes (RJ) – Wladimir Garotinho (PSD) x Caio Vianna (PDT)
Canoas (RS) – Jairo Jorge (PSD) x Luiz Carlos Busato (PTB)
Cariacica (ES) – Euclério Sampaio (DEM) x Celia Alves (PT)
Caucaia (CE) – Naumi Amorim (PSD) x Vitor Valim (Pros)
Caxias do Sul (RS) – Pepe Vargas (PT) x Adiló (PSDB)
Contagem (MG) – Marília Campos (PT) x Felipe Saliba (DEM)
Cuiabá (MT) – Abílio Júnior (Podemos) x Emanuel Pinheiro (MDB)
Diadema (SP) – José de Filippi Júnior (PT) x Taka Yamauchi
Feira de Santana (BA) – Zé Neto (PT) x Colbert Martins (MDB)
Fortaleza (CE) – Sarto (PDT) x Capitão Wagner (Pros)
Franca (SP) – Flávia Lancha (PSD) x Alexandre Ferreira (MDB)
Goiânia (GO) – Maguito Vilela (MDB) x Vanderlan Cardoso (PSD)
Governador Valadares (MG) – André Merlo (PSDB) x Dr. Luciano (PSC)
Guarulhos (SP) – Guti (PSD) x Elói Pietá (PT)
João Pessoa (PB) – Cícero Lucena (PP) x Nilvan Ferreira (MDB)
Joinville (SC) – Darci de Matos (PSD) x Adriano Silva (Novo)
Juiz de Fora (MG) – Margarida Salomão (PT) x Wilson Rezato (PSB)
Limeira (SP) – Mario Botion (PSD) x Murilo Felix (Podemos)
Maceió (AL) – Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) x JHC (PSB)
Manaus (AM) – Amazonino Mendes (Podemos) x David Almeida (Avante)
Mauá (SP) – Átila (PSB) x Marcelo Oliveira (PT)
Mogi das Cruzes (SP) – Marcus Melo (PSDB) x Caio Cunha (Podemos)
Paulista (PE) – Yves Ribeiro (MDB) x Francisco Padilha (PSB)
Pelotas (RS) – Paula Mascarenhas (PSDB) x Ivan Duarte (PT)
Petrópolis (RJ) – Rubens Bomtempo (PSB) x Bernardo Rossi (PL)
Piracicaba (SP) – Barjas Negri (PSDB) x Luciano Almeida (DEM)
Ponta Grossa (PR) – Mabel Canto (PSC) x Professora Elizabeth (PSD)
Porto Alegre (RS) – Sebastião Melo (MDB) x Manuela D’Ávila (PC do B)
Porto Velho (RO) – Hildon Chaves (PSDB) x Cristiane Lopes (PP)
Praia Grande (SP) – Raquel Chini (PSDB) x Danilo Morgado (PSL)
Recife (PE) – João Campos (PSB) x Marília Arraes (PT)
Ribeirão Preto (SP) – Duarte Nogueira (PSDB) x Suely Vilela (PSB)
Rio Branco (AC) – Tião Bocalom (PP) x Socorro Neri (PSB)
Rio de Janeiro (RJ) – Eduardo Paes (DEM) x Marcelo Crivella (Republicanos)
Santa Maria (RS) – Sergio Cecchin (PP) x Pozzobom (PSDB)
Santarém (PA) – Nélio Aguiar (DEM) x Maria do Carmo (PT)
São Gonçalo (RJ) – Dimas Gadelha (PT) x Capitão Nelson (Avante)
São João de Meriti (RJ) – Dr. João (DEM) x Leo Vieira (PSC)
São Luís (MA) – Eduardo Braide (Podemos) x Duarte (Republicanos)
São Paulo (SP) – Bruno Covas (PSDB) x Guilherme Boulos (PSOL)​
São Vicente (SP) – Solange Freitas (PSDB) x Kayo Amado (Podemos)
Serra (ES) – Sérgio Vidigal (PDT) x Fábio Duarte (Rede)
Sorocaba (SP) – Rodrigo Manga (Republicanos) x Jaqueline Coutinho (PSL)
Taboão da Serra (SP) – Engenheiro Daniel (PSDB) x Aprigio (Podemos)
Taubaté (SP) – Saud (MDB) x Loreny (Cidadania)
Teresina (PI) – Dr. Pessoa (MDB) x Kleber Montezuma (PSDB)
Uberaba (MG) – Elisa Araújo (SD) x Tony Carlos (PTB)
Vila Velha (ES) – Arnaldinho Borgo (Podemos) x Max Filho (PSDB)
Vitória (ES) – Delegado Pazolini (Republicanos) x João Coser (PT)
Vitória da Conquista (BA) – Zé Raimundo (PT) x Herzem Gusmão (MDB)
Fonte: Mais Goias