Especialistas não veem erro técnico na suspensão dos testes da Coronavac, diante de um “evento adverso grave”, no caso a morte inesperada de um voluntário.
No entanto, a politização de todo o processo, dizem, presta um desserviço, pois acirra os ânimos e provoca mal-entendidos, além de criar um clima de desconfiança na população.
“O posicionamento da Anvisa de suspender o teste é algo que pode acontecer. A morte em qualquer circunstância de uma pessoa participando da pesquisa é um alerta. Mesmo em um caso de suicídio, poderia ser causado por uma depressão provocada pela vacina? É algo raríssimo, mas poderia”, disse Gonzalo Vecina, fundador da Anvisa e médico Sanitarista.
“Acho um absurdo essa suspensão unilateral por parte da Anvisa. Isso teria que ser feito em conjunto com o Butantã”, afirmou o virologista Flávio Guimarães, do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Num estudo de fase 3, qualquer problema de saúde deve ser comunicado, mas para o Butantã estava claro que a morte não estaria relacionada à vacina. Para mim, parece claro que é uma decisão política.”
Guimarães lembra que a ciência deveria ser soberana em todo o processo.
“Estamos vivendo um momento crítico, e a solução para o que está acontecendo está na ciência”, disse o especialista.
Fonte: Mais Goias