O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou nas redes sociais, por intermédio de sua assessoria, uma mensagem questionando a autoridade moral do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para se manifestar sobre a Venezuela.
Na mensagem, reproduzida nesta quinta-feira (24/01) em sua página oficial, Lula afirma que "Bolsonaro não cuida nem do filho e quer cuidar da Venezuela".
O ex-presidente está atualmente preso em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A declaração é uma referência a série de escândalos envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.
Um funcionário do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, Fabrício Queiroz, movimentou R$ 1,2 milhão em suas contas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor incompatível com seu patrimônio, segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Flávio também teve como funcionário do gabinete a mãe e a mulher do ex-policial militar Adriano Nóbrega, suspeito de chefiar milícias no Rio e que está foragido.
Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à agência de notícias Bloomberg, em Davos (Suíça), que se o senador eleito Flávio Bolsonaro errou e isso for provado, ele terá que pagar pelos atos (clique aqui e relembre o caso).
Além da menção ao senador eleito, Lula disse também que Jair Bolsonaro não tem moral para se manifestar em favor do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó.
"Que moral tem esse governo que prende seu maior adversário, frauda uma eleição com fake news de WhatsApp, bancadas com caixa 2, que moral tem para falar de Venezuela?", disse Lula em seu perfil.
Juan Guaidó, um opositor de Nicolás Maduro, se autodeclarou presidente interino da Venezuela na quarta (23) e recebeu o reconhecimento do governo brasileiro na sequência.
Além do Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Colômbia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também já afirmaram reconhecer o novo governo venezuelano.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), já tinha soltado uma nota condenando a decisão de Bolsonaro de apoiar Guaidó.
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Fonte: GZH. (com adaptações)