Sete políticos de Goiás foram citados por executivos e ex-dirigentes da Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada. Destes, o ministro Edson Fachin, relator Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e o pai dele, Maguito Vilela (PMDB), que é ex-senador, ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia.
Nos outros cinco casos, há situações suspeitas envolvendo os políticos, mas que ainda serão apuradas. Entre os nomes está o do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
Por ordem de Fachin, os episódios que o envolvem foram enviados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro competente para julgar os chefes dos Executivos estaduais.
Agora, caberá ao STJ analisar o pedido e autorizar o início das diligências solicitadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Os demais citados, cujas condutas ainda serão apuradas, são o ex-senador Demóstenes Torres, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), o ex-prefeito de Trindade Ricardo Fortunato e o ex-deputado federal Sandro Mabel.
Também serão alvo de investigação a licitação da ferrovia de integração Oeste-Leste e as obras do novo Aeroporto de Goiânia. Os casos foram remetidos à Justiça Federal em Goiás.
Nomes que tiveram inquéritos instaurados pelo STF:
• Daniel Vilela (PMDB), deputado federal
O que ele diz: Ele se manifestou em nota conjunta com o pai, Maguito Vilela (PMDB). "As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação."
• Maguito Vilela (PMDB), ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e pai de Daniel
O que ele diz: Ele se manifestou em nota conjunta com o filho, Daniel. "As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação."
Nomes citados em situações suspeitas que ainda serão analisados por outros foros:
• Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás
O que ele diz: A defesa do governador Marconi Perillo informou que vai aguardar o teor da citação para se pronunciar. "Até o momento foi apresentada apenas uma relação de nomes no bojo de uma delação premiada sob análise do STF, tendo o ministro Fachin se limitado a remeter a outras instâncias documentos para análise, não havendo, portanto, qualquer inquérito aberto, sendo impossível uma manifestação acerca de citação sem a devida contextualização".
Ainda segundo a defesa, o governador "acredita na Justiça e na elucidação dos fatos, sendo que irá esclarecer qualquer questionamento assim que conhecer as circunstâncias das alegações apresentadas".
• Iris Rezende (PMDB), prefeito de Goiânia
O que ele diz: "Causa-me estranheza a citação do meu nome na lista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Todos os recursos das minhas campanhas eleitorais foram apresentados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e devidamente aprovados. Expresso minha total tranquilidade sobre o assunto e coloco-me à disposição para colaborar com qualquer investigação", disse em nota.
• Demóstenes Torres - ex-senador
O que ele diz: A defesa do ex-senador informou que ele "desconhece o teor das delações, mas pode afirmar que, independente do seu conteúdo, nunca recebeu qualquer doação sem a devida declaração eleitoral. Lembra também que sua prestação de contas eleitoral foi aprovada integralmente. Está pronto para, mais uma vez, mostrar que sempre agiu dentro da legalidade e em respeito a seus eleitores”.
• Ricardo Fortunato, ex-prefeito de Trindade
O que ele diz: Em nota, Fortunato disse que "ficou surpreso, mas expressa tranquilidade sobre a citação do nome dele na lista e vai aguardar o teor da citação para se pronunciar. Mas de ante mão, ressalta que nunca recebeu doação sem declarar ao TRE que a prestação de contas eleitoral foi aprovada integralmente pelo tribunal e diante disso tem a certeza do arquivamento".
• Sandro Mabel, ex-deputado federal
O que ele diz: O G1 tenta contato com Sandro Mabel desde terça-feira (11), mas as ligações não foram atendidas. Ao jornal "O Popular", o ex-senador disse que "não viu seu nome na lista do Fachin, até porque não teria que estar".
Fonte: G1 Goiás (com adaptações)