1. MENU
  2. CONTEUDO
  3. RODAPE

Órgãos ligados à Segurança Pública em Goiás discutem crise nos presídios nesta segunda (16)

Por Marcelo Justo 16 Janeiro 2017 Publicado em Estado
Votao
(0 votos)
Imagem ilustrativa Imagem ilustrativa Reprodução/Mais Goiás

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Leobino Valente Chaves, marcou para segunda-feira (16/01), às 15 horas, uma reunião com representantes de todos os órgãos ligados à Segurança Pública no Estado de Goiás para discutir a crise nos presídios brasileiros.


A providência foi tomada após encontro, na quinta-feira (12), com a ministra Carmén Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), do qual também participaram 27 presidentes de tribunais de todo o País.


Segundo o juiz auxiliar da Presidência, Romério do Carmo Cordeiro, o trabalho será desenvolvido em três frentes. A primeira delas é o que a ministra Carmén Lúcia chamou de “choque de jurisdição penal”, ou seja, um esforço concentrado para o julgamento de todos os casos em que exista prisão provisória num prazo máximo de 90 dias. “A tendência, no entanto, é a confirmação dessas prisões provisórias em definitivas”, ressaltou Romério, que apesar de tudo acredita que é válida a resposta rápida por parte do Poder Judiciário.


Além disso, ela quer que seja feito um censo físico para saber a real situação carcerária do País, uma vez que os números disponíveis não são confiáveis. “A ministra precisa saber quantos presos existem, quais são provisórios e definitivos, que crimes cometeram, em que condições estas pessoas estão vivendo, enfim, saber como é, de fato, a população carcerária no Brasil”, explicou o magistrado. A ministra deu prazo até terça-feira (17) para que todos os tribunais informem, com precisão, o número de processos penais não julgados em cada comarca.


Outro ponto ressaltado pela ministra Carmén Lúcia e que será discutido na reunião é quanto aos sistemas de cumprimento de pena no Brasil. Embora legalmente existam três meios – fechado, semiaberto e aberto, apenas fechado e a prisão domiciliar realmente funcionam na prática. Os Estados, em regra, não possuem estrutura para o cumprimento do sistema semiaberto, uma vez que não existem colônias agrícolas ou industriais para o cumprimento do aberto. Com isso, restam apenas o sistema fechado e domiciliar, ou seja, a liberdade com uso de tornozeleiras eletrônicas.


“Investir em presídio, embora necessário, além de demorado, é muito caro. Temos de trabalhar junto ao Poder Executivo para que se façam maiores investimentos na construção de novas casas do albergado e em colônias. Se você tem isso, você tira de circulação muitas pessoas que tem problemas com crime das 21 horas até as 5 da manhã, além dos finais de semana”, afirmou.


Segundo ele, promotores e juízes, sabendo desta situação, naqueles casos mais sérios, tendem a pedir e a aplicar condenações mais graves porque sabem que não tem como cumprir semiaberto por falta de estabelecimento adequado. “Por exemplo, se você tem um homicídio simples em que o réu é primário, sem antecedentes, ele, muito provavelmente, vai pegar uma pena menor de oito anos, ou seja, vai para o semiaberto. Como não tem estabelecimento, ele volta para casa com tornozeleira. Como você explica para a família da vítima que esta pessoa está solta?”, questionou ele para ilustrar a necessidade desse investimento. “Apesar de termos um número elevado de presos, a sensação de impunidade ainda é muito grande”, arrematou.


Complexidade
A complexidade do sistema carcerário nacional foi ressaltada também pelo supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Estado de Goiás (GMF-GO), desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga. Para ele, são válidas as orientações da ministra Carmén Lúcia, principalmente quanto à uniformização das ações dos tribunais de justiça do País, mas a crise é resultado de problemas que vem sendo perpetuados há décadas.


A solução não é apenas conjuntural, segundo o magistrado, passa por questões estruturais. "Não tem condições do preso ter atividade dentro dos presídios e se ressocializar, se preparar para voltar. Nós precisamos de uma sociedade que não seja discriminatória e que aceite esse preso de volta. Além disso, precisamos que aqui fora essa pessoa tenha proteção no sentido de ter uma atividade econômica rentável para manter a sua família. Se isso não ocorrer, vamos ficar nesse círculo vicioso: a pessoa pratica o crime, o Judiciário atua, manda para o sistema prisional, ele não se recupera, volta para a sociedade e reincide. Então, essa realidade não é conjuntural", afirmou.


Para Luiz Cláudio, os dados do sistema penitenciário goiano sobre o número de presos provisórios e definitivos não pode ser avaliado com muita correção técnica, pois o cumprimento da pena, atualmente, ocorre a partir da condenação confirmada, que o faz entrar no sistema, mas ainda como provisório porque a sentença ainda não transitou em julgado”, explicou.


União
Em matéria publicada nesta sexta-feira (13) no site do STF, a ministra Carmén Lúcia afirmou que os problemas carcerários no Brasil atingiram outro patamar desde o mês passado, com rebeliões e mortes em presídios no Amazonas e em Roraima. “A situação é de emergência. As facções criminosas mais do que nunca dominam nos presídios”, observou a ministra.


Carmén Lúcia destacou ainda que há união entre todos os juízes e que nenhum juiz está sozinho. “ O momento é crítico, mas estamos solidários”, afirmou. Ela informou também ter sido formado um grupo de trabalho de juízes criminais para atuar como colaboradores, identificando os principais problemas das varas de execução penal. O diretor do Foro de Goiânia, juiz Wilson da Silva Dias, integra a força-tarefa.


Fonte: Mais Goiás (com adaptações)

000-A-Banner WhatsAppecontatos-RadioEldorado

Instagram Radio EldoradoTwitter Radio Eldorado

 

Enquete Eldorado

Você já baixou o aplicativo da Rádio Eldorado?

Já baixei - 75%
Não sabia - 0%
Vou baixar - 25%
Ainda não - 0%

Total de votos: 4
A votação para esta enqueta já encerrou
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro
Parceiro